Ele está pra chegar!

caos

Por:  Sebastião Catequista.

Há muito e muito tempo que apregoam os profetas da ilusão que esse mundo, precisamente o nosso mundo, estaria caminhando para a destruição. Forças conspiram contra a vida planetária e os destinos da humanidade. Seria Deus? Há quem acredite que ele estaria por trás desses eventos. Seria isso sua justiça em ação, uma vez que nos deu oportunidades inclusive através da ação redentora de seu filho bendito de sermos salvos; e que é chegada a hora e não haverá como escapar. Eis o que diz ou crer aqueles que ceticamente se apoiam numa religião que parece não ter bom senso.

É muito estranha essa convicção, uma vez que as Escrituras Sagradas, comum a Tradição Judaico-Cristã, mostra justamente o contrário total e completamente. Baseada nessa tradição, Deus não criou do nada para num momento seguinte destruir completamente aquilo que criou (cf. Sb 1, 11-15). Sendo Deus, o Deus da vida, ele se nos apresenta como o maior e o melhor defensor da vida, da existência (cf. Sb 2, 23).

As transformações pelas quais estamos passando planetariamente e universalmente de certa forma é algo natural rumo à plenitude e são inerentes à condição humana, entretanto, os desvios, atropelos e percalços do caminho tem de certo modo haver com o homem e com os seus desmandos frente a esse processo natural.

A história global e humana caminha para um fim é verdade, mas não um fim trágico, destruidor. Isso não! O fim a que se faz referencia é se não outro, escatológico. Sim, escatológico, cuja realidade transformada e transformadora resultará em uma nova ordem das coisas; em uma nova forma de vida totalmente diferente daquela que havíamos tido antes.

As pessoas vivem como se não houvesse amanhã. Como se o futuro estivesse longamente distante… Elas estão tão preocupadas com o hoje, que estão sempre presas nesse circulo vicioso “passado-presente”, de modo que, ignoram simplesmente o futuro; e quando esse futuro se apresenta em presságios, surge um surto de insegurança e histeria coletiva tal, que de repente, o futuro parece existir e está às portas cobrando explicações, julgado a todos, salvando poucos. A esperança dá lugar a imaginação e a fuga da realidade, e praticas de toda sorte aparecem para aplacar o medo, a ira, e exorcizar aquele que parece não haver chegado por completo, mas que, por outro lado, já beira às portas de entrada.

Como encarar isso? Muitas e múltiplas são as respostas, sendo muitas delas a gosto do freguês. Porém, uma coisa é certa: o fim virá, mas não com ares aterradores de destruição, mas com a humildade de uma brisa leve sussurrando uma nova criação. E como todo parto em sua grande maioria não acontece sem dores, provavelmente aqui também terá seus momentos de dores, mas dores de ordem existencial; de quem é convocado para participar desse processo, que como disse, culminará em uma nova ordem e nova criação. Quem viver, verá!

Por enquanto fica apenas aquela exortação de Jesus: “Fiquem vigiando, porque não sabeis o dia e a hora que tudo isso se sucederá!” E aqui estamos nós, partilhando a fé comum dos que creem que Deus não vai destruir o que criou, mas leva-lhe a perfeição por méritos de seu filho Jesus Cristo, e Senhor nosso.

Ele vem, está pra chegar, mas diferentemente da primeira, sua vinda trará consigo algo que num instante mudará a sorte de todos nós, tanto vivos, como mortos. Sua presença benfazeja nos dá a segurança de que estamos no caminho certo e esse caminho vai além dos mecanismos de exploração, de injustiça, do campo político social e econômico quanto religioso e filosófico. Ele ultrapassa reinos, impérios, culturas, povos, e se aloja, como que armando uma tenda no meio do povo. Por isso se faz mister estudar as grandes religiões, está atento ao processo natural da vida. Nesse sentido, há varias maneiras de proceder; e sem dúvidas uma virtude que precisamos cultivar é a vigilância, não qualquer vigilância, mas aquela vigilância que nos deixa ativos para exercer nossa criatividade e nossa peripécia de seguimento ao Senhor, enquanto, vamos colaborando com e para o grande devir cuja vida universal e planetária não tardará por se fazer plena em seu Criador.

De fato haverá um fim, não um fim destruidor, mas um fim salvador, um fim vivificador. Nele, o Senhor virá, não como pinta o imaginário popular, mas como parte integrante desse evento cósmico. Ele virá e com ele as forças que conduz toda matéria, toda existência, não para castigar, condenar, mas para levar a efeito de plenificação sua criação.

Por isso, não há porque nos alardearmos em coletiva histeria nos apegando nisso ou naquilo outro como se fosse tabua de salvação. Pois, se Deus é por nós, quem será contra nós? Já nos dizia Paulo (cf. Rm 8).

Viva a vida, viva a vida com honestidade, respeito ao diferente, seja humano e solidário, contemple, contemple a beleza desse paraíso planetário, porque de mais a mais, um dia ele seja um outro totalmente e completamente diferente, será realmente Gaia – a mãe terra. E todo cosmo em Deus se achará pleno. Tudo e Todos. Esteja atento/a! Não nascemos para a destruição, mas para a vida. A palavra final é Vida. Escolhe, pois, a vida e viverás!

1 Comentário

  1. O dogma da igreja não é esse que se fala,mas como agora cada um pega em qualquer coisa e diz o que lhe vai na alma.Chama-se a isso heresia.

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