Amor e liberdade na vida a dois

celebração do Sacramento do Matrimônio – Direitos Reservado

Por: Sebastião Catequista

Toda tentativa de conceituar e falar do amor o limita de certo modo, como também revela sua riqueza e interioridade nas mais variadas situações. O mesmo se aplica a liberdade. Entretanto, nem por isso deixamos de falar sobre o amor e a liberdade.

E aqui tecemos essa reflexão sobre o amor e a liberdade contextualizado na vida a dois. Comecemos pela liberdade…

A liberdade é essencial à vida humana. Faz parte de sua constituição visceral. Com a liberdade podemos ser criativos, dinâmicos e forjadores de nossa própria história. Mas, a liberdade tem seus limites e suas “padecências” na vida. Compreendida e vivida sem causa, sem limites, dando “asas à imaginação” pode causa grandes e nefastos  danos a si e a outros. É o caso por exemplo, de uma vida a dois. Quantos males entendidos, quantos relacionamentos não se desfizeram por uma má compreensão e vivência da liberdade? Já pensou!

Nesse sentido, e nesse contexto, a liberdade se torna um entrave à vida. É preciso lhe dá ou retornar ao seu verdadeiro sentido.

Não é a liberdade por exemplo, que dá sentido à vida, mas o amor. Esse, sim, dá sentido e preenche a vida. A liberdade é apenas o mapa onde ele se desenvolve. Se lemos o mapa (a liberdade) erradamente, tudo o mais está comprometido e sofrerá as consequências.

As Escrituras no Primeiro Testamento em seus oitenta porcentos fala da liberdade em certo contexto; da busca da liberdade e de como já na luta ela se realiza, ainda que não seja por completo. Como ela se torna o combustível que a cada dia movimenta o desejo de caminhar e prosseguir lutando, contudo, os vinte porcentos restantes enfatiza que é pelo amor e por causa do amor que a torna possível e lhe dá o sentido pleno.

Sim, são pouquíssimos os textos em que se fala explicitamente do amor, mas o que se fala é o bastante para se “definir” a Deus e os seus propósitos, bem como o relacionamento a dois.

O amor se constitui daquela atitude, desejo, vontade, sonho e realidade cujo sentido à vida e a existência prescindi para poder continuar vivendo e tendo sentido.  Por exemplo: Jesus era livre, poderia não aceitar a morte de cruz e nem cumprir o plano do Pai; ele poderia ter outra alternativa. Mas, entre a liberdade (e ele era livre, a própria Liberdade) e o amor, ele escolhe o amor. Porque o amor é que dá sentido à liberdade. E o amor venceu a morte, a liberdade não.

Mas venhamos e convenhamos. O amor visto pelo olhar da liberdade, lhe é “escravidão”, limitador de sua impulsividade. Isso é verdadeiro sobretudo dentro de um relacionamento conjugal.

O contrário, por exemplo, é o olhar e compreensão da liberdade do ponto de vista do amor. Ela é um instrumento pelo qual o amor vive sua aventura mais pura, genuína e verdadeira, completa e plena. Sob o olhar do amor, a liberdade ganha sentido próprio e se plenifica verdadeiramente.  Sob o “cativeiro” do amor, a liberdade é verdadeiramente livre e não se esconde atrás de suas artimanhas.

Percebe? Uma coisa é a liberdade vista por si mesma e como ela olha para o amor; outra bem diferente é a mesma ser vista sob o prisma do amor. No amor a liberdade se encontra verdadeiramente.

Talvez seja por isso que é próprio do amor a ousadia, a coragem, a caridade, a fidelidade, o perdão, a compaixão; enquanto “é própria” da liberdade a aventura às cegas, motivadas pelas loucuras da paixão irresponsável que não mede as consequências, e se apresenta com aparências do amor verdadeiro.

Mas, pelo amor, a liberdade tem que se educar, se “domesticar” para encontrar o seu “eu” verdadeiro que se encontra no amor. E isso não a torna prisioneira, mas verdadeiramente livre para nas peripécias da vida, encontrar o que designa para si “felicidade”.

Por esse caminho e compreendendo assim, liberdade e amor, amor e liberdade estão um para o outro e juntos para algo muito mais profundo para além de si.

Enfim, a liberdade e o amor, o amor e a liberdade constituem o “ser” da vida e do humano.   Sem a liberdade e o amor, a vida não tem lá sentido de ser. E quem numa vida a dois não compreendeu  e nem amadureceu isso, vive tateando nos braços de outros/as um amor e uma liberdade padecente com nome de felicidade e completude…

4 Comentários

Deixe um comentário para Sergio Candido Abrantes Cancelar resposta

Seu e-mail não será divulgado.


*