Salmos

oraçãoO livro dos Salmos é uma coletânea de 150 salmos organizados em cinco partes de modo a imitar o Pentateuco. Se no Pentateuco, está a Lei em sua história e sentenças, nos Salmos ela se apresenta-nos em forma de oração de louvores, adoração, súplica, ação de graças, memória da história, liturgia e meditação.

            Mas, o que significa a palavra salmos? Quem são seus autores? E porque de duas numerações em seus capítulos? E como fazer uso pessoal e comunitário dos mesmos? Vamos por parte.

            A Igreja utiliza os Salmos desde as suas origens, como oração. Durante séculos ela os recita no que chama de Ofício Divino ou Liturgia das Horas como é popularmente conhecido entre o clero e religiosos.

            Na atualidade, ela tem incentivando e ensinando aos fieis a rezarem os Salmos como fonte e eco da espiritualidade bíblico-cristã, principalmente na oração da Léctio Divina ou Leitura Orante da Bíblia que no Brasil é conhecida com outros nomes, como por exemplo, Círculos Bíblicos.

            Então, mediante essa importância fomos às fontes e apresentamos aqui, alguns elementos e informações importantes para a leitura e a oração dos Salmos.

Salmos/Louvores

            A palavra “Salmos” do grego “Psaltérion” é o nome dado ao “instrumento de cordas” que acompanha os hinos entoados; e que usualmente foi aplicado ao livro dos louvores.

No hebraico, “Tehillim” “Louvores” ou “Mizmor” “Salmos” tanto indica os hinos/cânticos/orações em si, como o livro que os contém.

Mas, a palavra que “pegou” na gíria popular da cultura latina foi “Salmos” mesmo, diferentemente das palavras tehillim e mizmor que são hebraicas.

Então, salmos são cânticos, orações, que estão reunidas num só livro, o livro dos Salmos.

Seus autores

            Os Salmos não tem um autor, mas muitas mãos autorais. Cada uma deixou sua marca impressa e colaborou na construção dessa obra espiritual. No próprio livro encontramos alguns deles: David (73 salmos); Asaf (12 salmos); Filhos de Coré (11 salmos); Emã; Etã ou Iditun; Moisés (1 salmo); Salomão; anônimos, etc.

Sua numeração

O livro como já foi dito, é organizado em cinco partes, a saber: do salmo 1 a 41 – primeiro livro; de 42 a 72 – segundo livro; de 73 a 89 – terceiro livro; de 90 a 106 – quarto livro; e por fim, de 107 a 150 – quinto livro.

            Há salmos que formam uma unidade, mas está divido em dois como o salmo 9-10; 42-43; outros estão repetidos, como 14 e 53; o salmo 70 continua a mesma ideia do salmo 40, etc.

Mas, a diferença principal está na forma como as versões grega e vulgata enumeram os salmos, diferentemente da hebraica. A causa dessa diferença está nos salmos: 9 e 10; 113 e 114; 116 e 147, que inclusive na liturgia católica segue a numeração da vulgata, que sempre é um número a menos em comparação com a versão hebraica. Confira o gráfico a seguir.

Hebraico        Grego e Vulgata

1-8                              1-8

9-10                            9

11-113                        10-112

114-115                      113

116                             114-115

117-146                      116-145

147                             146-147

148-150                      148-150

Qual o conteúdo dos salmos?

            Basicamente fala da relação entre Deus e o povo; da relação de cada pessoa em particular com Deus; fala da aliança e da história do povo; fala da vida em suas mais variadas coisas e formas: pecado, saúde, justiça, injustiça, fala do rei, da criação, da natureza, do amor, da fragilidade humana, da misericórdia, da compaixão, da escuta e da presença de Deus na vida e na história, fala da lei, do perdão, da confissão, da morte e da reconciliação. Ou seja, de tudo que é humano; do divino no humano do humano em relação com o divino, a perenidade, a eternidade, a Vida.

Os Salmos na vida da Igreja

            A Igreja recita os salmos desde sua origem. Em dois rituais diários ela os usa: na Missa e no Oficio Divino.

            Sua riqueza de conteúdo nos coloca diante do amor de Deus, nos coloca diante da vida, nos coloca diante de nós mesmos. Ele nos leva por caminhos interiores cuja faceta nos revela santidade, graça e adoração.

            A Igreja utiliza os salmos a exemplo de Jesus que foi seu mais perfeito cantor e recitador. Os salmos ratificam com força e intensidade uma faceta do ser humano: o homem orante. Não existe um conjunto de orações melhores do que os salmos que expresse tão bem a pequenez e a grandeza humana e divina. E que penetre tão profundamente na vida. Por isso, a Igreja diariamente os recita e recomenda.

            E você? Qual a sua experiência com essa forma de oração do povo de Deus?

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