Evangelização

Por:  Sebastião Catequista

A evangelização é o motivo da existência da Igreja. Ela existe para evangelizar.

A Igreja foi enviada para anunciar e ensinar a Boa Nova da Salvação. É pela evangelização que Deus alcança homens e mulheres e revela o seu o seu plano de amor: a libertação, a redenção e a salvação da pessoa humana.

Como a Igreja evangeliza? Pela pregação e ensino da Palavra.

E quem está a frente dessa obra? O Espírito Santo. É Ele que nos recorda tudo o que precisa ser dito e feito a partir da pessoa e da prática de Jesus para que a outros cheguem a salvação.

Sem o Espírito nada feito, é puramente obra humana, não dá frutos.

E como sabemos que é o Espírito? Pelos “sinais” que vão surgindo no decorrer da missão. E quais são esses “sinais”? Não sabemos ao certo, no geral há uma espécie de “intuição” que nos indica alguma coisa: as dificuldades, a esperança e a vontade de continuar em meio a essas dificuldades, as mudanças que ocorrem nas pessoas durante esse processo… mas é tudo muito vago, as certezas veem com o tempo e aí saberemos ser obra do Espírito. Mas isso leva tempo…

A evangelização tem prazo? Sim, tem! Deus deu um tempo – o kairós – antes da consumação, do fim total e escatológico. E para quando é isso? Ninguém sabe. A única coisa que se sabe é que: o tempo é agora, já. “É esse o tempo favorável” da graça da salvação, não é amanhã ou depois. Por isso que a evangelização exige do ouvinte a atitude de metanoia – conversão radical nas atitudes, no jeito de pensar a agir. Não há outro caminho.

A conversão pode acontecer de imediato, uma graça especial. Mas no geral é um processo, um caminho onde se cai muitas vezes e se levanta muitas vezes e se põe a praticar a metanoia. Ninguém é tão santo que não precise de conversão; e ninguém é tão pecador que não possa ser elevado a santidade. A Igreja precisa diariamente e permanentemente de conversão.

Uma vez evangelizado, o que acontece? A pessoa assume uma nova postura de vida no pensar e agir de modo que, algumas virtudes decorrentes dessa conversão já pode se notar: uma vida orante mais intensa; participação na vida comunitária da Igreja; se torna uma pessoa mais humilde, misericordiosa, escutante da Palavra; se abre mais para os outros, não pensa só em si; se dedica a“certos cuidados” em favor da vida que antes não tinha; se torna uma pessoa mais amorosa; se dedica a atividades que ajude outras pessoas a encontrar o seu caminho; suporta o sofrimento que muitas vezes lhe é imposto, e o suporta não como resignação mas como ato de transformação da realidade pela qual está passando, rezando pelos outros; luta pela paz e pela sua qualidade de vida e dos outros; mesmo que não seja integrado ou engajado na comunidade dá o seu testemunho onde vive e trabalha, entretanto, sempre que pode mantém contato com a comunidade de fé; apoia e se solidariza com os pobres, com os excluídos, com os “inexistentes” da sociedade; vive uma vida simples tendo como desejo de agradar a Deus e de ser útil aos irmãos e irmãs…

Uma pessoa evangelizada não quer dizer uma pessoa catequizada, ensinada. Não! Uma vez evangelizada, em algum momento da sua vida ela dará outro passo a mais conforme seu ritmo de vida e fé. Esse passo a mais é: a educação da fé. Ou seja: a catequese. E aí significa que essa pessoa já “evoluiu” um pouco mais, provavelmente está mais “engajada” na comunidade de fé.

Essa “evolução” nos faz supor que ela de algum modo começou a participar da comunidade de forma mais “corriqueira” e que tem presença de participação efetiva em algum grupo. Como isso acontece? De várias maneiras, mas no geral, sempre se começa por um convite de alguém, de alguma liderança. Isso de certo modo, assim como na evangelização, é obra de Deus. É Deus agindo através de cada um de nós na comunidade.

É importante entender, ter consciência e nos lembrar disso sempre.

Aí a pessoa se desenvolve e se alimentando da Palavra, da convivência entre os irmãos e irmãs, celebrando e se alimentando de Jesus Eucaristia. Continuando esse caminho busca sua formação e logo aflora nele os “dons do Espírito” dado pelo santo Batismo e que, ou já foi, ou será, dentro de um caminho catecumenal, confirmado pelo sacramento da Crisma.

As vezes o caminho não é assim via de regra, mas Deus age e de algum modo a pessoa desperta. Na igreja há muitas histórias assim… é o “sopro” do Espírito, os “sinais” de sua obra.

Mas, se de modo geral a evangelização tem esse “modelo” não é o único e Deus age de muitos modos e vias diferentes. Esse é o que percebemos de mais “comum” no cotidiano das comunidades e no serviço da evangelização.

Evangelizar é simples: um diálogo entre evangelizador e evangelizado a partir de uma necessidade e contexto, onde abertura, escuta e diálogo flui naturalmente, nasce a evangelização. De outro modo, evangelizar não é tão fácil assim, há sempre um “jogo de interesses” velado. No mundo moderno evangelizar apesar de simples, é algo muito complexo. Exige certas “habilidades” “aptidões”, exige estarmos atentos, de olhos aberto, espertos.

Devemos nos perguntar: para evangelizar o que temos a oferecer? a quem iremos? Qual o contexto? Que instrumento usaremos? E depois, uma vez convertido, evangelizado o que acontece, a essa pessoa? Para onde a enviaremos? Com que pretexto? O que ela irá fazer?

Como acontece a evangelização em nossos grupos?

… A reflexão depois continuará! Esse primeiro momento foi provocação.

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