Por Sebastião Caequista
Este artigo como todos os demais tem sua contextualização contida na introdução (à guisa de, critério de…) do primeiro artigo. É importante que se leia a introdução para melhor compreender sua narrativa. Para ver todas as traduções da Bíblia, confira o link no final deste artigo.
7. Bíblia Sagrada Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH (Paulinas)
A “Bíblia na Linguagem de Hoje” como ficou conhecida entre nós brasileiros é uma Bíblia inicialmente e durante muitos anos publicada pelos nossos irmão protestantes. E ela “pegou no meio do povo” de tal modo que também chamou a atenção da Comunidade Católica. Tanto é assim que anos mais tarde a CNBB fez todo um esforço para publicá-la acrescentando os livros deuterocanônicos. E “pegou” no meio do povo católico.
O que essa Bíblia tem e traz de contribuição para a vida eclesial?
Em primeiro lugar seu forte é falar “a língua do povão” sem rodeios. Ir direto ao ponto de modo claro, objetivo. É óbvio que sua tradução está de acordo com as normas da língua portuguesa fundamental e com o sentido do texto em suas línguas originais hebraico, aramaico e grego. Contudo, essa tradução segue aquilo que em linguagem técnica e perita é dita “tradução de equivalência funcional”; isto é, quando uma tradução dá prioridade a forma de se expressar da maioria do povão sem detrimento do sentido originário daquilo que está sendo traduzido. Em outras palavras quer dizer que quando uma tradução é fiel ao sentido original do texto mas também é fiel ao jeito de se comunicar, se expressar da maioria do povo. Em suma, essa é uma tradução séria e de boa qualidade. É isto que a torna especial, inovadora e amada em nosso país tanto por católicos como por protestantes gente do povo entre o povo, sobretudo os mais humildes e desprovido de um “saber refinado” para entender as Escrituras.
Em suas edições, publicadas pelas Paulinas, temos o seguinte conteúdo pedagógico pastoral presente nesta Bíblia: introduções claras e resumidas contendo apenas o essencial para cada livro e seção; abundantes paralelos interligando os textos pelos textos; pouquíssimas notas de rodapés – quase ausentes; um vocabulário expressivo, simples e informativo; e mapas não coloridos mas de excelentes qualidades. Há uma pequena tabela contendo sugestões de leituras para diversas circunstâncias e realidades, além de uma outra sugerindo textos sobre o perdão de Deus – uma catequese sobre a reconciliação.
Quanto ao nome divino é o mesmo adotado pelas outras traduções das Bíblias: SENHOR. O livro dos Salmos segue a numeração hebraica sem nenhuma referência a outra modalidade de numeração. Também aí encontramos os títulos descrevendo o tema do salmo. Aliás, o texto dos salmos é de fácil compreensão e gostoso de recitar.
No geral, essa Bíblia atende aos gostos, por exemplo, da evangelização junto do povo semi-analfabeto ou desprovido de uma cultura mais formal da Bíblia; como também para crianças, adolescentes e jovens iniciantes na caminhada bíblica de nossas Igrejas.
Em sua apresentação e prefácio há todo um histórico e justificativa por parte da CNBB para compreender o processo que levou à publicação também por parte da ICAR essa belíssima tradução feita pelos irmãos protestantes brasileiros.
Biblia Sagrada Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH (Paulinas) – VII
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