O CIC foi aprovado em 25 de junho e publicado em 11 de outubro de 1992. Ele se insere na tradição dos catecismos anteriores e apresenta a Doutrina de modo clara, concisa e numa linguagem moderna. Sua redação após consulta aos bispos e teólogos durou seis anos a até sua versão final e oficial.
No Brasil, ele foi publicado em língua materna em meados da páscoa de 1993, pela CNBB.
Mas o que traz o CIC? No dizer do próprio papa beato João Paulo II: “O Catecismo incluirá, portanto, coisas novas e velhas (cf. Mt 13,52), porque a fé é sempre a mesma e simultaneamente é fonte de luzes sempre novas.” E essas “coisas novas e velhas” são aquelas verdades de fé que no correr dos séculos foram acrescentadas ao Sagrado Depósito da Fé.
O novo catecismo é uma fonte que de modo didático apresenta-nos a todos a doutrina e as razões de nossa fé face ao mundo moderno. Em geral e seguindo a linha de Trento, porém, com inovações próprias do Vaticano II, e para nossa época, o CIC, tem a seguinte ordem de organização: A profissão da fé (Creio); Os Sacramentos da fé (Sacramentos); A vida da fé (Mandamentos, vida moral); e A oração na vida da fé (A Oração e o Pai Nosso).
Parte I: A profissão da Fé
Nessa parte o catecismo apresenta-nos a partir dos artigos do Credo as verdades em que cremos; também explica os meios pelos quais cremos; como Deus se revela ao homem e como o homem busca a Deus. A ênfases dessa primeira parte está na Revelação, na Bíblia e no Magistério com farta citação dos Padres da Igreja.
Parte II: Os Sacramentos da Fé
Em sua segunda parte, o CIC expõe aqueles meios pelos quais saboreamos da salvação de Deus dada ao homem e a mulher: os Sacramentos e a Liturgia. Aí temos os sinais eficazes da ação amorosa de Deus e nossa resposta através da sagrada Liturgia.
Parte III: A vida da Fé
É próprio dessa terceira parte o agir da Igreja, dos batizados. Aqui nos é apresentado os Mandamentos na perspectiva cristã, evidentemente, bem como, o agir segundo a liberdade e a moral.
Parte IV: A oração na vida da Fé
Essa parte final é marca pela explicitação sobre a oração, sua validade, necessidade, os meios orantes segundo a tradição da igreja. Seu ponto forte é a explicação do Pai Nosso, como oração exclusivamente cristã, e contendo todo conteúdo necessário à vida peregrina, quando se trata de clamar a Deus. É a oração perfeita.
O Catecismo contém ainda resumos pedagógicos que ajudam a memorizar o conteúdo explanado. É evidente que da forma como ele está publicado não foi feito para o povo, muito menos para crianças e jovens ou mesmo adultos. Seu endereço é outro: bispos, padres, especialistas, teólogos, leigos com uma formação teológica capaz de compreender a linguagem que ali está.
Para o povo, para nossas crianças, nossos jovens e adultos que estão no cotidiano de nossas comunidades, movimentos e pastorais terá uma versão fiel ao texto, fiel a linguagem e cultura de cada realidade.
Todavia, entretanto, isso não quer dizer que eles não possam adquirir e ler, mas, duvido muito que tenham um entendimento correto dos textos. As conferencias dos bispos, editoras católicas, especialistas no assunto irão fazer com que, essa riqueza da igreja cheguem ao alcance do povo de modo certo. Por isso, surgiro aos catequistas que, não saiam por ai de catecismo em punho, em suas reuniões e encontros com seus catequizandos a pregoando ou mesmo dando a conhecer o que nem ele mesmo entende direito. Vamos com calma, bom senso, sabedoria, pedagogia e com muita responsabilidade, afinal, quem come o bolo com pressa não sabe o sabor que o bolo tem, e ainda pode pegar uma indigestão, não é mesmo?
É preciso ler o texto sim, mas estudar em grupo, trabalhar ele na formação pessoal-comunitária nos cursos de catequese, nas reuniões com seus vigários, etc. Depois, veja o que poderá ser feito. Devo lembrar que: o catecismo é para consulta, não é um manual de catequese. É uma fonte segura que expõe as verdades da fé católica.
Recentemente o papa solicitou a um dos cardeais que empreendesse todo esforço para que pudesse adaptá-lo aos jovens da JMJ. Em nosso país já existe esse material adaptado inclusive a diversas realidades. Consulte o catalogo de vendas de nossas editoras católicas aqui no Brasil e verá que tem um bom material a respeito.
Além do mais, insisto, o CIC, deve ser lido no contexto da igreja, e não deve ser tirado desse contexto, caso contrário, haverá discrepância de interpretação, como fez a impressa de quando ele foi lançado. O sensacionalismo da imprensa de certa forma causou uma euforia e uma distorção de leitura que com o passar dos anos nada se corfirmou, mas, deixou nas pessoas um ar de desconfiança que em muita gente não logrou o bem que poderia ter feito, se o acolhesse com boa curiosidade, graça e afeição.
Bem, é isso aí! Leiamos o Catecismo, do jeito certo, do jeito da igreja essa leitura nos será útil.
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