A DV é um importante documento do Concílio Vaticano II que abriu às portas da Palavra de Deus na vida do povo. Com este importante documento o povo teve acesso à Bíblia e as diversas Ciências puderam avançar em seus conhecimentos e aprofundamento sobre a mesma.
Como conseqüência dessa liberdade, houve um crescimento e reflorescimento dos movimentos bíblico-litúrgico e a catequese teve uma melhor, e maior qualidade. O movimento missionário cristão conseguiu atingir o objetivo evangelizador, fazendo nascer uma nova geração de cristãos maduros, e conscientes da fé que abraçaram. O mundo conheceu nesses quarenta anos um cristianismo conhecido apenas nos primeiros séculos da Era Cristã.
Como a DV, a Igreja na sua relação intrínseca com a Palavra de Deus deu saltos ousados e a catequese foi um elemento de grande importância nessa relação e ousadia. O que a geração cristã de hoje vive, é conseqüência dos 16 documentos forjados no Concilio do Vaticano II, nascido do coração do grande e bom papa João XXIII, juntamente com seus sucessores Paulo VI e João Paulo II.
A Dei Verbum foi aprovada na IV seção com 2.344 votos contra 6, sendo promulgada na data de 18/11/1965.
- Características da Dei Verbum
Com 6 capítulos, a DV está assim caracterizada:
- Proêmio
- Capitulo I: A Revelação como tal
- Capitulo II: Transmissão da Divina Revelação
- Capitulo III: Inspiração Divina da Sagrada Escritura e sua interpretação
- Capitulo IV: O Antigo Testamento
- Capitulo V: O Novo Testamento
- Capitulo VI: A Sagrada Escritura na vida da Igreja
- Epílogo
Iniciando com um proêmio, uma espécie de introdução, segue o capitulo I, falando sobre a Revelação e as Verdades que dela brota, culminado na plenitude desta mesma revelação, a Pessoa de Jesus Cristo.
No capitulo II, é apresentado à grande Tradição em relação com a Escritura e o Magistério da Igreja, sendo estes, os mecanismos principais da transmissão divina da Revelação.
No capitulo III, a DV nos faz trilhar os caminhos da interpretação e assumir com fé e disposição aquelas verdades que confirmam ser as Escrituras divinamente inspiradas por Deus.
Com os capítulos IV e V, a DV nos re-afirma o Antigo e o Novo Testamento como Sagradas Escrituras – Palavra de Deus – fruto de uma longa caminhada, amadurecida no lento processo histórico, guiado pelo o Espírito Santo.
No capitulo VI, a DV orienta, anima e nos faz suscitar em nós um bom e saudável hábito da Leitura Orante da Palavra de Deus à luz da fé de nossas comunidades, em comunhão com a Igreja Universal (Católica), sendo esta pratica uma constante na vida litúrgica e espiritual.
Por fim a DV termina sua exortação com um epilogo conclamando a todos para a vivencia da Palavra de Deus.
- A influência da Dei Verbum na catequese
A Igreja foi beneficiada pela DV. É quase impossível medir esse beneficio, de tão grande e salutar que esta sendo. A Catequese como Dimensão que faz ecoar a Palavra é depois da Evangelização que a precede, e da Liturgia que a celebra, é a mais beneficiada. Hoje é opinião comum que a Catequese deve ser bíblica ou não é catequese. Isto é: em nossos encontros a Bíblia deve ser o instrumento central de nossa abordagem catequizadora. Seus conteúdos devem ser lidos, dramatizados, encenados, cantados, televisivos, de forma que possam comunicar algo de Deus e de seu projeto na vida do ouvinte. Nos encontros catequéticos, nos manuais de catequese, a criatividade devem estar presente e ser uma ferramenta que ajudem na compreensão dos textos bíblicos, pois a Bíblia não substitui os manuais de catequese, ela é p manual de catequese por excelência. Se assim entendermos e usarmos a Bíblia nossas reuniões de catequese e os nossos catequizandos serão cristãos maduros e conscientes de sua vocação e missão.
Hoje a Bíblia esta nas mãos do povo, dos nossos catequistas; graças ao Concílio Vaticano II que nos deu esse ganho através da Dei Verbum. Cada dia mais os catequistas estão criando dentro de si mesmos a consciência de que precisam conhecer cada vez mais e melhor a Palavra de Deus. Nas igrejas existem cursos, encontros, escolas, círculos bíblicos e ate cursos por correspondência se multiplicam.
É imperativo e importante que as coordenações de catequese promovam entre os/as catequistas, reuniões bíblicas, encontros, retiros, gincanas, leitura pessoal-comunitaria da Bíblia. Para isto, é importante os meios como TV, Data shows, internet, DVD, vídeo, e que os catequistas possam aprofundar essa palavra de acordo com o sua vida de fé, na comunidade.
Diante desse entusiasmo motivado pela DV cabe-nos perguntar: Que lugar a bíblia ocupa na minha vida, na minha comunidade, na minha catequese? Quais as dificuldades que eu encontro na Bíblia? E quais as alegrias que ela me proporciona na vida e na fé em comunidade?
A Bíblia é suscitadora de vida. De sua leitura atenta nasce a comunidade de fé que na busca de ser fiel ao chamado de Deus, encontra nela luz para seu caminho.
A coordenação de catequese deve estar atenta a situações desse tipo e encorajar nossos catequistas e catequizandos no aprofundamento da palavra de Deus, na vivencia da fé em comunidade.
Alias, e conveniente refletir o papel da coordenação de catequese a luz das orientações da Igreja, tendo como plano de fundo o chão da palavra de Deus sob o sol da Dei Verbum.
Esta tarefa da coordenação paroquial só é possível graças à conseqüência do Ministério da Palavra que a Catequese encarna no processo evangelizador de aprofundamento da mesma. A DV (nº 7) é clara quando enfatiza essa relação entre os apóstolos e a pregação da palavra, tendo como conseqüência o ministério a serviço dos projetos de Deus, o reino. Jesus no evangelho de Marcos 3,13-14 chama os discípulos para si, para ficar com ele e depois enviar a missão. Com Ele aprendem o serviço da coordenação (Mc 9, 33-35; Lc 22, 24-30) e da pregação. Assim também acontece com aqueles que dentro da comunidade dos catequistas, se disponibiliza à coordenação, e para isto, deve ter uma espiritualidade centrada na Palavra, na oração e na pessoa de Jesus Eucaristia fonte de vida e força missionária catequética.
- A modo de conclusão
Graças ao sopro do Espírito Santo percebido pelo bom papa João XXIII, a Igreja pode respirar novos ares e está apta à pregação da palavra nos tempos modernos. A catequese é um instrumento eficaz da Igreja, que o Espírito Santo usa para nos ouvintes fazer ecoar essa palavra de vida e salvação. A catequese é o movimento da Igreja e a Igreja em movimento fazendo ecoa nos corações a palavra amorosa do Pai. Por isso o papa João Paulo II fazia questão de priorizar a catequese.
E uma equipe paroquial bem preparada tanto no conteúdo, quanto no método e com os meios adequados, podem e devem ser pedras preciosas que fazem parte da igreja a esposa devotada e fiel.
Nesse sentido não podemos medir esforços, tempo, dinheiro e recursos humanos, pois a palavra urge urgência, porque nosso combate é contra o reino da morte e em favor da vida, vida que se fez palavra e habitou entre nós e vimos a sua gloria, rosto do Pai a nos amar e acolher com carinho de mãe.
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