Por Sebastião Catequista
Este artigo como todos os demais tem sua contextualização contida na introdução (à guisa de, critério de…) do primeiro artigo. É importante que se leia a introdução para melhor compreender sua narrativa. Para ver todas as traduções da Bíblia, confira o link no final deste artigo.
11. Bíblia: Palavra viva (Paulus)
A “Bíblia Palavra Viva” é uma publicação feita na Europa em comemoração ao aniversário de São Jerônimo e dos trabalhos dos irmãos Paulinos. O texto na verdade, é uma versão da Nova Bíblia Pastoral. É a tradução dos originais hebraico, aramaico e grego. Então o que mudou?
Imagine assim: Havia uma casa construída toda original e aí um novo administrador fez algumas mudanças para atender as suas necessidades. É isto!
Traduzida do original como você já sabe, como são quase todas as Bíblias modernas, com exceção de uma ou duas que são tradução da tradução, essa nova Bíblia traz de novo suas notas de rodapés e os conteúdos a que faz referência são todos de ordem doutrinal, dogmático teológico. Não que as outras Bíblias também não tenham essas linhas de pensamentos, tem sim, mas é que, geralmente a grosso modo, todas elas tem um foco mais teológico bíblico e hermenêutico isto é, em seus comentários as Bíblias modernas trazem uma realidade em seus comentários ligada a complexidade da própria cultura bíblica e sua compreensão e mensagem para nós hoje. E isto não é tanto o caso dessa nova Bíblia. Entende?
Além do mais, seu chão contextual é um público europeu que já não se sente mais atraído pela vida e narrativa da fé cristã por muitos motivos. Essa Bíblia que faz tanto sucesso por lá, agora “traduzida” para nossa realidade brasileira com sua proposta catequética quer ser uma proposta a mais no mercado religioso cristão. Além é claro de prestar uma homenagem a são Jerônimo grande tradutor da Vulgata – a Bíblia do povo, em determinado momento da história Ocidental cristã.
Em sua configuração, esta Bíblia traz abundantes notas e paralelos. Seu visual é muito bonito e impactante, chama-nos atenção.
De modo geral encontramos nesta Bíblia os seguintes recursos pedagógicos: introdução geral aos livros, abundantes notas de rodapé, muitos paralelos (esse é o que mais tem e bem organizados, inclusive, em destaque com a cor em vermelho) mapas preto acinzentado em alto relevo, quadro cronológico bem organizado e um índices da das nota.
Quanto ao tetragrama sagrado é usado em sua forma original YHWH sem a transliteração JAVÉ. Nesse sentido para uma pessoa com pouca formação bíblica ou nenhuma vai estranhar bastante o divino Nome, bendito seja, e sua grafia, sem o saber pronunciar.
O salmo é fluido mas difícil de compreensão em muitas das palavras e frases em sua tradução. “Não é para qualquer um, não mesmo”, é preciso ter conhecimento de nossa língua um pouco mais elevada.
A beleza desta Bíblia impressiona. Seu público-alvo não é a “Maria e o Zé” lá da rua, e nem as “Marias” dos “bancos da igreja”, precisa de alguma formação bíblica e conhecer muito bem nosso idioma. Mas de modo geral é uma boa Bíblia com excelentes notas teológicas catequéticas adaptada ao público brasileiro.
Conclusão
Ao apresentar algumas características das Bíblias de edições católica, o fizemos levando em consideração sua configuração tendo por base o que cada uma traz de recursos pedagógico que usamos no dia a dia da vida pessoal e coletiva, sobretudo da vivência da espiritualidade, da pastoral e vida comunitária dos nossos grupos e pastorais; também, levamos em consideração a sua linguagem na recitação e compreensão dos salmos, uma vez que ele é nosso livro de oração por excelência na Igreja.
Ao ver as diferentes traduções é possível perceber seu público-alvo mediante a complexidade que as elas trazem quanto as informações que apresentam, sejam introduções, notas de rodapés e aparatos críticos.
Geralmente quem vai a livraria em busca de uma Bíblia, o faz sob orientação e preferência de uma terceira pessoa de sua confiança ou circulo de amizade ou comunidade e nesse caso, já vai com uma edição em mente; ou motivada por diferentes situações religiosa ou social vai a livraria para adquiri uma Bíblia mas, está susceptível de sugestão que de certo modo seja conforme o seu bolso. Nesse caso o vendedor termina indicado a mais viável economicamente.
Aqui neste artigo pudemos contemplar uma variedade de Bíblias e seus diferentes públicos. Se você chegou até aqui é porque despertou para essa realidade e penso que ele será útil. Claro está que não fizemos uma análise do texto em si nas diversas traduções – não temos know-how para isto. O que fizemos foi observar como leitor, se o texto era mais fácil ou mais difícil para ler e compreender, sobretudo os salmos. E quais recursos pedagógicos cada tradução traz que acrescenta à vida pastoral, litúrgica e espiritual do leitor católico. Tudo isto dentro de um contexto específico: a vida corriqueira das pessoas e dos grupos de nossas igrejas que têm um nível médio ou básico de conhecimento religioso e da nossa língua.
Também a curiosidade e as dúvidas das pessoas que sempre nos perguntam sobre as diferenças entre as Bíblias nos levaram a escrever esse texto. Durante a narrativa também se percebe que há muitas traduções católicas, sem contar as protestantes. Todavia, ter acesso e fazer uso destes livros, digo a Bíblia, em suas diferentes traduções, requer um certo nível de conhecimento sobre elas e isto depende muito do nível de escolarização das pessoas.
E mais… nosso artigo não teve como objetivo criticar as traduções e seus tradutores mas emitir como usuário final um parecer sobre as qualidades de cada tradução mediante uma realidade, um contexto.
De modo geral, todas as traduções têm alguma contribuição que enriquece nossa vivência comunitária a luz da Palavra de Deus. E isto é o que conta.
Esperamos que esse artigo possa ajudar a você leitor a escolher a tradução que melhor responda a sua necessidade. Boa leitura bíblica para você!
Biblia Sagrada Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH (Paulinas) – VII
Bíblia Sagrada Ave Maria – VIII
Bíblia Sagrada de Aparecida – IX
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