Bíblia, diferentes edições, diferentes públicos – IV

Por Sebastião Catequista

Este artigo como todos os demais tem sua contextualização contida na introdução (à guisa de, critério de…) do primeiro artigo. É importante que se leia a introdução para melhor compreender sua narrativa. Para ver todas as traduções da Bíblia, confira o link no final deste artigo.

 

4. Bíblia do Peregrino

A Bíblia do Peregrino é uma obra altamente intelectual, cultural e acadêmica. Foi pensada e se presta a vivência pastoral litúrgica, espiritual e dos estudos enquanto referência pelas suas notas de rodapés de mais alto conceito e profunda teologia bíblica.

Traduzida dos originais hebraico, aramaico e grego, sua força está em unir a contribuição exegética literária com excelente hermenêutica teológica. Seu público-alvo é um público mais criterioso, contudo, não apresenta as mesmas dificuldades, por exemplo, que a Bíblia da CNBB apresenta. Mesmo prescindindo de um conhecimento prévio de teologia bíblica, uma pessoa mais “leiga” se movimenta com certa facilidade e compreensão em suas numerosas páginas por incrível que pareça. Mas, tida como Bíblia de estudo ela se direciona para os estudantes de teologia bíblica ou que tenha certo conhecimento para tal. É abundante e extensa em suas notas de rodapés que comenta versículo a versículo ou porções destes por perícopes (pequenas porções).

De fato, as notas são um show à parte. Elucidativas, esclarecedoras, boas para ajudar na meditação e na catequese e mesmo nas pregações (homílias) nos cultos e encontros de formação. Seu português é simples mas bem polido academicamente. Essas notas que foram escritas e traduzidas do espanhol, tem a assinatura desse mestre erudito em cultura e língua hebraica, Luiz Alonso Schökel, que por sua vez é o tradutor por trás dessa Bíblia de excelente qualidade.

Como todas as demais Bíblias modernas seus recursos pedagógicos como: mapas, tabelas de peso e medidas, moedas, cronologia da história, vocabulário estão aí presentes. Conforme a edição vem também um encarte do documento Dei Verbum do Concílio Vaticano II que fala da divina revelação nas Escrituras e nos abre à liberdade de possuir a tradução em nossos idiomas natural.

O livro dos Salmos é diferenciado de outras traduções no que concerne a títulos e temas dos próprios salmos. O Peregrino não os colocou, deixando que o próprio versículo inicial dê o tom de sua recitação e assunto abordado. Também mesmo tendo um português bem polido o texto é fluído e dá para rezar/orar muito bem. Como todas as traduções modernas a numeração dos Salmos segue a hebraica tendo a numeração latina/litúrgica dentro de parênteses.

Quanto ao uso do tetragrama sagrado, o Peregrino está na mesma situação das outras traduções modernas, usando para o nome divino o substantivo próprio SENHOR, como já nos reportamos anteriormente.

A Bíblia do Peregrino não é de fácil leitura, mas, não apresenta maiores dificuldades. O leitor saberá lhe dá com essas dificuldades muito bem.

Biblia de Jerusalém – I

Bíblia da CNBB – II

Bíblia Vozes – III

Bíblia do Peregrino – IV

Bilbia Pastoral – V

A Bíblia – VI

Biblia Sagrada Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH (Paulinas) – VII

Bíblia Sagrada Ave Maria – VIII

Bíblia Sagrada de Aparecida – IX

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