Por Sebastião Catequista
Este artigo como todos os demais tem sua contextualização contida na introdução (à guisa de, critério de…) do primeiro artigo. É importante que se leia a introdução para melhor compreender sua narrativa. Para ver todas as traduções da Bíblia, confira o link no final deste artigo.
3. Bíblia Sagrada ou Bíblia “Vozes”
A Bíblia Sagrada ou Bíblia Vozes como é conhecida – edição da Família, da editora Vozes, ela é muito simples, mas não se engane. Simplicidade aqui não é ausência de academicidade ou profundidade. Traduzida dos originais hebraico, aramaico e grego, tem um texto fluído, fácil, popular. Em sua tradução está presente um português falado pelo povo e ao mesmo tempo singular. A mesma não é desprovida de uma aparato crítico. Sua força está em comunicar a palavra de modo agradável e inteligível ao leitor. Nesse sentido é uma Bíblia Pastoral.
De modo geral, ela contém belíssimas obras de arte para a meditação e oração. Suas introduções são carregadas de informações básicas que situa seu leitor dentro do contexto do livro e seu autor. Não são introduções enfadonhas e de difícil compreensão. Por todo seu escopo há mapas ilustrativos e resumidos e alguns bem desenhados que se prestam à catequese e estimula para uma leitura e compreensão do texto. Excelente recurso didático. Ainda falando dos mapas são coloridos e situam a história do povo de Deus dentro do espaço geográfico, mapas aliás que é comum nas Bíblias modernas. Suas notas de rodapés trazem excelentes conteúdos teológicos bem atualizados . A organização estética tanto das notas de rodapés como os textos paralelos está perfeita, bem organizada e distintas. São claras e fáceis de manusear. Sua estrutura básica de organização segue de certo modo o esquema da Bíblia de Jerusalém. As tabelas de peso, medidas, moedas e calendário bíblico estão aí presentes; também o calendário litúrgico se faz presente e de fácil manuseio; excelente conteúdo e qualidade catequética e evangelizadora é seu índices bíblico pastoral (o dicionário); a tabela cronológica é bem mais completa que a Bíblia da CNBB; há também a sinopse das leis do Primeiro Testamento e a sinopse dos Evangelhos Sinóticos – isto é uma novidade; Em algumas traduções conforme o publico alvo há encartes com temas bem específicos ou com todo ritual da missa e da doutrina cristã católica.
Quanto ao nome divino, sua situação é a mesma da CNBB e de outras traduções modernas. Em vez do tetragrama divino se usa o substantivo próprio, SENHOR, como já acima explicado.
O livro dos Salmos traz um texto leve, fluído, poético, gostoso de ler, estimulante. Compreensivo. Suas notas são ricas e os paralelos abundantes.
De modo geral podemos invocar essa Bíblia de fato como uma Bíblia Pastoral, porque ela contém todo um recurso pedagógico que pode ser usado na a evangelização, na catequese, na liturgia, na espiritualidade e nos encontros de estudos bíblicos com as famílias, o povo de nossas comunidades, sobretudo o povo simples. Seu forte é poder fazer a ponte entre as línguas originais e o nosso bom e velho português cotidiano de todos os dias sem perder aquilo que lhe é essencial das normas culta e popular ao mesmo tempo.
Um ponto “negativo” talvez seja as letras que são pequenas e que certamente uma pessoa com problemas visuais terá certa dificuldade de aproveitar de uma leitura descansada e dos recursos e sinais visuais presentes nos textos. Mas, também isso não tira a beleza do texto e o valor dessa tradução. Ela é uma Bíblia bem compacta quanto ao tamanho e não ocupa muito espaço para transporte.
Aliás, as Bíblias de Jerusalém, CNBB e Vozes formam uma perfeita tríade para o leitor ir do acadêmico, à tradição e ao popular de forma a não perder o conjunto da obra quando se trata de ler, estudar, aprofundar a Palavra de Deus por esses meios e traduções. Penso que podemos resumir assim estas três magnificas obras em uma única palavra que a caracteriza de modo mais profundo e incisivo: A BJ – acadêmica; a CNBB – tradição; e por fim, a Vozes – popular.
Biblia Sagrada Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH (Paulinas) – VII
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