No evangelho desse quarto domingo da quaresma temos alguns elementos bastante complexo para nossa reflexão: aí encontramos o amor de Deus que nos dá o que de melhor tem para provar que nos ama e nos quer bem; ao mesmo tempo esse objeto de amor do Pai nos é exigente divisor de lados: a luz ou as trevas; e por fim, temos a questão da verdade absoluta na qual todo homem um dia se questionará e se posicionará perante ela.
O amor que emana de Deus por nós é incondicional. Ele toma a iniciativa e vem ao nosso encontro, esteja onde estivermos e como estivermos. Ele não mede esforços para nos salvar, nos ter com Ele. Quer que todos se salvem e conheçam a verdade (Seu amor incondicional que gera vida e é demonstrado na pessoa e ação de Jesus). Por outro lado, é verdade, temos a liberdade de escolha: de aceita-lo ou não. E é nisso precisamente que está à linha limítrofe: Se dissermos “Sim” estamos na Luz/Jesus, aderimos ao seu amor, nos deixamos amar por ele, e isso gera vida plena e eterna; Se dissermos “Não”, essa possibilidade nos coloca perante nós mesmos e nossas próprias forças, caminhos e destinos pelos quais optamos, e que Deus em sua imensa misericórdia nada poderá fazer, porque foi uma decisão nossa. Eis o limite e a fraqueza de Deus. Então, a adesão a pessoa de Jesus é uma resposta de nossa parte ao amor incondicional de Deus por nós.
Por outro lado, Jesus também é a Verdade que nos questiona e nos colocar a nós mesmos diante de nossa própria consciência, diante do nosso próprio Eu fazendo-nos conhecer o que somos, exigindo uma resposta/atitude que ou nos leve a salvação ou a condenação. No entanto não é Jesus que condena, mas nosso não à Ele que nos coloca tal situação. Sua presença é salvação, nos redime, nos coloca frontalmente perante Deus e perante nós mesmos. Não há como escapar do inevitável: perante Jesus estamos diante de nós mesmos com tudo o que somos, com nossos altos e baixos, e “nús” perante ele Ele, temos que tomar uma decisão e, logicamente, Deus esperar de nós a única reação que lhe acha condizente com sua atitude de amor: aceita-lo, correr para o abraço e dizer: “aqui estou, te amo”. Por isso que Deus investe tanto, até as últimas conseqüências. Mas, entretanto, o contrário poderá se dá e nisso reside a fraqueza de Deus: não poderá fazer mais nada. O evangelho de hoje nos que ajudar a fazer essa experiência de/com Deus: o amor salvífico, que traz vida.
Com esse evangelho, fica para nós o grande apelo: façamos no cotidiano de nossas vidas a experiência do amor de/a Deus através daqueles que ele nos coloca no caminho, pois elevado do alto da cruz, nos atrás a todos para o olhar movido de com-paixão amorosa por nós. Ainda é tempo, deixemos nos iluminar pela luz!
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