Hoje em dia, há muitas igrejas e movimentos cristãos no meio do povo. Praticamente o Ocidente é quase todo cristão ou vive e respira ensinamentos cristãos, mesmo que não seja adepto de uma de suas ramificações: católicos, protestantes, ortodoxos ou até mesmo as chamadas “seitas” cristãs. É quase impossível viver na sociedade ocidental sem viver ou respirar valores cristão. Até mesmo os ateus, os céticos, os não-religiosos vivem e respiram em sua prática de vida ensinamentos cristãos.
Então nesse contexto é pertinente a pergunta: o que é ser católico?
Mesmo o cristianismo sendo plural, o catolicismo constitui a corrente histórica bem mais antiga e majoritário dentro dele. Conhecido por suas crenças, dogmas e ritualismos esse estereótipo não exprime todo seu potencial e carisma. O catolicismo mesmo sendo uma “religião” é algo que vai mais além. Tem em si as características de um grande movimento espiritual com base nos ensinamento de Jesus e guardião de tradições milenares.
Enquanto movimento é gerador e inspirador de inúmeras ações, altruísmo, transformações sociais, políticas, econômicas, culturais, intelectuais, e espirituais. Homens, mulheres, jovens, crianças, são em suas fileiras transformados e transformadores. São eles modelos, inspiração e testemunhas da ação do Senhor com seu Espírito atuando na História. O catolicismo produziu um humanismo que vê o ser humano como ele é, em suas necessidades material, espiritual e carregada de sentido. Seu carisma criativo deu origem em todas as épocas e lugares a muitas comunidades, congregações, movimentos pastorais, grupos, ações de solidariedade e amor gratuito. Pessoas deram e dão suas vidas por ele e aí se encontram a si mesmas, e encontram algo “sobrenatural” que não as alienam e nem as tiram do mundo, mas pelo contrário, as levam ao coração do mundo.
Enraizado na História humana também carrega consigo seus momentos de ambição, de poder, de violência, de erros e acertos, de joio e de trigo. Jesus disse que seria assim, Mas nem por isso deixa de cumprir seu papel. Houve que na sua história sujasse e ofuscasse seu brilho mas não apagou a chama que nele brilha.
O catolicismo tem uma organização e estrutura mundial; tem uma hierarquia milenar; tem Tradição e tradições das mais diversas além de seus ritos, costumes e dogmas como já citamos. Mas ele é algo a mais! É o movimento mais verdadeiro, popular e seguro que temos quanto à história e aos rumos pelos quais a vida humana e o planeta passam. Ele é a religião mais segura nesses tempos de crise, de vazio e de inseguranças.
Ser católico é uma graça, uma graça que bem poucos prezam ou sabem do seu significado ou dê a devida atenção. O papa Bento XVI em Aparecida assim dizia do ser cristão católico: “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”. É justamente de um encontro com o Nazareno que nasce o ser católico, e isso é mais do que uma simples religião e atos religiosos: é uma graça, graça que se desdobra em seguimento e movimento por toda vida e que faz história.
Ser católico é mais que aderir a credos, dogmas, rituais, tradições e reverências papal, é mais que crendices, mais que um projeto politico, social, ideológico, intelectual e econômico; e esse “ser mais” vai além das próprias estruturas e estereótipos de si mesmo. Ser católico é uma graça que ecoa do próprio coração do Mestre na vida de seus fiéis.
Be the first to comment