Experiência excepcional foi para Jesus o seu batismo. Nada consta desse momento a não ser, do que se é dito nos evangelhos, sob diversas matizes teológicas. Sem sombras de dúvidas, esse momento nos diz muito, a nós e as comunidades primitivas: é a partir desse momento que Jesus toma para si, enquanto adulto, aquela preocupação primeira e única em sua vida, o Reino. Nada sabemos de suas experiências interiores, místicas, e de descobertas sobre Deus e seu querer, entretanto, sabemos que, o batismo constitui para Jesus entre tantas outras experiências a mais paradoxal do encontro do humano com o divino; e do divino com o humano.
No batismo, como descrevem os evangelhos, dá-se um encontro místico, filial e trinitário. O filho vem, se entrega, assume toda a realidade que o batismo implica (mudar de vida; deixar para trás a infidelidade de Israel a Aliança; assumir o Reino que vem e está às portas como possibilidade de julgamento e salvação…) por amor do Pai; O Pai o confirma em seu amor incondicional; e o Espírito o testifica, plenipotenciando-O para a missão que naquele momento aceitou.
E qual é a missão que segundo os evangelhos, Jesus a entendeu e assumiu? Isaias é nesse momento luz, catequese e inspiração: o Servo, o Servo Sofredor (Is 42; 61). Essa é a releitura de fé que segundo as comunidades cristãs primitivas Jesus havia feito e entendido quando da presença e atuação de João Batista; e o tempo escolar que passou com o profeta, lhe foi suficiente para compreender toda a densidade, consequências e amplitude de visão, muito mais que o próprio Batista. Disso resultou seu engajamento e sua relação filial e sem medidas na pregação do Reino.
O batismo de Jesus foi para ele, podemos presumir, algo primordial, extraordinário, excepcional. É tanto, que os cristãos assumiram o Sl 2, 7b como sendo o próprio Jesus dizendo-o interiormente de si mesmo, com tamanha convicção. E isso nos reporta ao nosso batismo evidentemente, que certamente deve ter sido em tenra idade quando nada havia ou nada sabíamos sobre todo aquele ritual e seu significado (da recepção do batismo) e; que ao passar dos anos, nada significou a não ser cumprir um ritualismo dominical (a santa missa) cuja ideia nos remete ainda assim ao principio de tudo: Seguir e viver com, como e por Jesus de Nazaré, o Senhor. E isso dizendo doutro modo: Ser Cristãos. Pois é, ah, se vivêssemos a graça do batismo ou soubéssemos o seu real significado, pelo menos uma coisa mudaria: nosso jeito de ser, entender e viver o cristianismo. É isso aí. Boa meditação a vocês todos! Amém.
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