Os textos do “êxodo” são textos escritos numa época em que os fatos já se tornaram uma “epopéia nacional” e que são frutos de uma releitura e experiência única: a salvação realizada por Javé. O fato histórico aconteceu numa escala de grau bem menor do que vemos em filmes e se diz por ai, dentro de uma leitura ao pé da letra. O que temos no livro sagrado é um testemunho de fé e interpretá-lo doutro modo é no mínimo faltar com a verdade e com respeito ao mesmo. O texto é fruto de sucessivas releituras em contextos diversos até chegar ao texto atual.
De acordo com o contexto social da época do êxodo histórico, nem todo Israel estava lá, como povo constituído. O processo da escravidão alastrava-se desde o Egito até por toda Canaã que também era um ‘Egito – casa da escravidão’. Grupos se organizaram em Canaã e no Egito de modo imprevisível e encontraram-se no mesmo patamar da bandeira da opressão versos libertação. Como foi esse encontro não há registros a contento, o que se sabe é que, desse encontro constituíram uma força revolucionaria de libertação e criaram outro modo de vida a margem da sociedade vigente. Essa sociedade foi minada por uma revolução sem precedência na história e o elemento impulsionador foi à fé num Deus antes nunca visto ou pensado ou jamais experimentado. Dessa experiência de fé nasce o Povo de Deus.
Por isso, baseado nas evidencias científicas podemos dizer que, o texto atual é uma releitura pós-exílio e constitui uma saga nacional, onde todas as tribos, agora, Povo constituído, se fazem presente, no Êxodo. Assim parece ser a intenção do redator final do texto atual. Por quê? Para que os que voltaram do exílio pudessem ser identificados com a fé e o povo do êxodo, o povo javista. Para ser povo da herança israelita. Essa era uma exigência feita aos que regressaram do exílio babilônico. Os textos estão em função das indagações e situação das tribos surgida no exílio e se perpetua no pós-exílio. A questão de fundo é: Quem faz parte (pertence) da herança (terra, descendência, bênção) israelita? Através de que ou de quem?
Então, a epopéia do êxodo não só é uma afirmação de criação do Povo enquanto povo, como também define sua identidade e sua permanência na Terra Santa, terra que ‘corre leite e mel”. Daí precisamos está atentos ao texto e contexto, bem como abordar o texto dentro de uma perspectiva de fé, aquela mesma fé que mostrou o rosto libertador de Deus e constituiu um povo e um projeto que tem em Jesus sua máxima e completa consolidação.
como podemos ligar o que aconteceu no at. ao novo testamento. êxodo 29.com as missas de hoje
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Segundamente o texto a que você se refere (Êxodo 29) é um texto escrito depois do exílio pelo grupo dos sacerdotes e descreve todo ritual e liturgia de quando o povo andava no deserto antes de chegar na terra prometida. À pergunta que você faz com a ligação com a missa, aparentemente não tem nada haver, de fato não tem nenhuma ligação. Mas, a partir de uma leitura católica se pode dizer que sim, que o sentido do texto e seu significado sim, tem haver com a missa. Não é o ritual e seus atores descrito no texto, e sim, o seu sentido, que nos permite compreender uma ação de aliança e cumprimento dessa aliança entre Deus e o povo, e o povo e Deus; desse modo, podemos compreender e fazer a ligação com Jesus e a missa, pois temos aí (Jesus) o sentido pleno da nova aliança. Então, podemos compreender que, o que está “por trás do texto” é de certo modo pre-figuração daquilo que será mais tarde concretizado na pessoa de Jesus e sua Igreja.
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