Por: Sebastião Catequista
Todos sabem que a Missa é uma celebração cujo ritual com sua rica simbologia constitui um ato litúrgico de fé da Igreja. Na Missa, celebramos a vida, a morte e a ressurreição de Jesus, o Senhor vivo e ressuscitado. Ele que está presente na vida do seu povo, se faz presença de fé também nesta celebração. Aliás, a Missa é o encontro do povo com Deus, de Deus com o povo. Dos cristãos com o seu Senhor. É um encontro especial, orante, onde a oração tem seus efeitos na vida pessoal e comunitária dos fiéis.
Mas, se compreendemos a Missa assim, como encontro, por que a Missa, tem um ritual repetitivo, chato, mecânico? Por que temos obrigação de assistir à Missa? Eis, o que nos pergunta um internauta, e então, de modo coloquial tecemos essas linhas. Talvez não seja o seu caso, mas quem sabe, as motivações aqui expostas não nos faz repensar nossa postura?
Para início, não vamos à igreja ou a Missa só porque temos vontade; ou somos obrigados a ir só porque alguém nos mandou; ou porque assim nos exorta o mandamento da Igreja. Vamos à igreja porquê somos parte da comunidade de fé, uma vez que somos batizados; e ela nos é uma segunda família extensão da nossa casa.
Vamos à igreja porquê de algum modo é Deus que nos chama e a necessidade de ir lá, é uma resposta ao chamado. Vontade, necessidade, são formas pelas quais Deus nos convida para irmos ao seu encontro, e lá chegando, estarmos entre irmãos e irmãs dos mais diversos temperamentos, educação e classes sociais, convivendo e vivendo por uns instantes a fraternidade do amor de Deus. Sim, pois se todos nós estamos ali, cada um com sua história, está porque respondeu o chamado, e é Ele que nos reúne, e se faz presente.
A motivação de nossa ida e presença na igreja é o amor de Deus. Não fomos nós que o amamos ou o escolhemos, mas foi Ele quem nos amou primeiro (cf. 1Jo 4,9-10.19), e por isso, só o respondemos. Por trás dos motivos que cada um tem para estar na igreja, está em última instância o amor e a resposta a esse amor.
A Missa é também um culto de adoração a Deus. Um culto que tem seus ritos, seus símbolos, sua dinâmica própria. Entende?
Agora, como se ama alguém que não se conhece? Deus nos amou primeiro porque nos conhece, mas como você sabe, todo amor para ser correspondido precisa que os parceiros se conheçam mutuamente; e isso demanda tempo, convivência, se estudarem mutuamente. É uma “arte”! Se você já amou um dia sabe do que digo. Entende?
Então, como gostar da missa, de ir à igreja, de saber que é um encontro, que se trata de amor se você não conhece e não procura conhecer melhor? Como pedir de você algo que por trás está a resposta ao amor, se você nunca despertou para isso, e acha chato, cansativo e monótono tal coisa?
É por isso que há as atividades de evangelização e catequese. Que há participação na vida e atividades da comunidade dos crentes. Porque aí você vai conhecendo um pouco mais o jeito desse Deus amar e se fazer presente. É só escutar, ver, o que os outros dizem, testemunham sobre Deus, sobre Jesus em suas vidas e na vida da comunidade. É um aprendizado lento, eu sei, mas necessário onde temos que exercitar a escuta, o ver, o sentir e pensar, para depois aprofundar. Entende?
Só se ama aquilo que se conhece e sabe o bem que faz. Para conhecer a Deus e saber para que serve, é preciso também ler, estudar, saber o que dizem dele e o que dizem se corresponde ao que vemos e ouvimos na Palavra. Quantos livros você já leu sobre ele? Ou melhor, o que você anda fazendo que não tem tempo para ler, meditar e estudar a Bíblia? E lembre-se, a Bíblia não é um livro fácil. Ela nasceu numa cultura, conta a história de um povo e de como Deus se revelou. Serve como espelho para nós, para saber, entender e aprender como Deus fala com a gente também. É uma bussola. Um coco verde que tem água que mata a sede, mas tem que saber abrir para não derramar e perder a água da vida.
A Missa? Não vamos à Missa obrigados. Vamos a Missa porque temos e curtimos uma relação com esse Deus. Não é fácil rezar a Missa, ver todos aqueles rituais sem entender o que significa cada coisa. Cada gesto, símbolo, canto, orações nos remete a algo bem mais profundo cujo olhos e sentidos nos escapam porque é questão de fé, em última analises. E fé também se aprende! Deverias saber mais do que ninguém, que é preciso ler sobre isso também. Porque ao conhecer você se apaixona, ver os efeitos, reza bem e descobre que a Missa não é só ritual, mas a presença que nossos olhos não veem, mas a fé ver e crer, e isso é que faz toda a diferença.
Vá a Missa quando der vontade, porque isso significa que é saudades de Deus e ele lhe quer ver. Ele sente saudades. Se você vai, respondeu ao chamado. Houve encontro. Se você não for, deu uma negativa, mas Deus continua chamando porque ele te ama, mesmo que você não corresponda a esse amor, ao chamado… ele espera. Aprenda a aproveitar, a tirar proveito da Missa para você. Ao chegar, feche os olhos, fique em silêncio dentro de você (porque por fora há muito barulho, mas não se importe com isso…) e respire devagar, deixe as ideias na mente pensar o que quiser, você só tem que respirar e se colocar na presença de Deus. Se quiser, reze um mantra. Uma palavra curta (que pode ser o nome de Deus, ou uma palavra que lhe faça sentido…amor, amizade, deus, misericórdia, compaixão) que ajude a você reunir os pensamentos, relaxar. Diga a Deus que você está ali e pronto, o resto é com Ele, e curta a celebração. Deixa fluir….
Se não tiver vontade de ir à Missa, vá assim mesmo, porque nem sempre fazemos as coisas boas quando temos vontade. Fazemos também quando se faz necessário. Por exemplo, não tomamos banho ou comemos só quando temos vontade… as vezes é preciso faze-lo mesmo sem vontade; porque nos é benfazejo; faz bem; é saúde; é vida. Vá a Missa quando não tiver vontade, pois isso cria hábito, o hábito cria perseverança e a perseverança nos leva onde nem imaginávamos ir.
Para ir à Missa não precisa ter motivos, simplesmente vá. Porque o motivo principal já aconteceu: Ele nos amou primeiro. Ir é apenas corresponder a esse amor. Não precisa ser sábio, inteligente, religioso ou santo para entender isso. É simples.
Estar na igreja e participar da Missa, é um encontro de amor. Externamente podemos ter mil motivos, contar boas histórias ou simplesmente não ter nada, entretanto, o real motivo por trás de tudo isso é que se estamos ali, foi resposta ao amor primeiro; e se você prestar atenção, sairá bem melhor do que chegou se se permitir ser preenchido/a da presença do amado e da convivência dos irmãos e irmãs.
Eis, creio, boas motivações para você pensar, sentir e enxergar o real motivo de sua presença e participação na Missa.
Então, leia mais sobre ela, quem sabe assim, você consegue compreender coisas que normalmente sendo mero espectador não entenderia, e por isso mesmo, ache que a Missa é uma celebração chata, monótona, de um ritual que não faz muito sentido, quando não nos abrimos de fato para o amor que através dela nos é dispensado.
A missa é um encontro que só faz bem, mesmo para quem não compreende e não tem noção do que ali acontece. A missa faz bem, porque bons encontro faz bem, mesmo com barulhos exteriores, faz bem, porque se trata de encontro de seres amantes, enamorados e apaixonados…mesmo que a “ficha” não tenha “caído” ainda.
Vá a Missa e se deixe tocar, se permita tocar pela graça do Amado que anseia por ser correspondido. E aprenda que todos os gestos, símbolos, palavras, atos, não são nada mais que expressão de algo que foge aos sentidos, se trata de fé.
Vá a Missa! Pois ela é memória, ato de amor, encontro de almas gêmeas.
A missa é pra mim como uma festa, toda festa tem um motivo, encontramos amigos, abraçamos, conversamos, bebemos e comemos, cantamos, chegamos ansiosos e saímos felizes, porque todos estamos felizes. Toda festa tem um dono ou uma dona, os donos da festa (missa) é a Trindade Santa a qual é digna de toda honra, glória e louvor. É assim que me sinto convidada a participar desta festa que mim faz muito feliz.
Olá, excelente texto, me motivou ainda mais a continuar indo a missa mas tenho um problema e gostaria de compartilhar. Sou pai separado e tento levar minhas filhas (8 e 10 anos) quando estão comigo mas elas não querem. O pior é que minha ex-esposa é de familia evangélica e me acusa de opressor e que estou obrigando minhas filhas a fazerem coisas que não querem. Como posso despestar o interesse das minhas filhas sem ir de encontro com a ira da mãe delas ?