Jo 2, 13-25: Nova compreensão do Sagrado

jesusexpulsadotemploPara nossa reflexão e leitura orante, proponho o evangelho de Jo 2, 13-25, Jesus no templo.

O enredo nos permite levantar algumas questões: o ato de Jesus é um ato ético, político e profundamente profético. Ético, porque mostra que rituais religiosos que mais escraviza do que liberta não condizem com a liberdade dos filhos e filhas de Deus; e que porquanto, não legitima o Deus transgressor do Êxodo e dos Profetas. Ato político, porque é uma insurreição contra o sistema dos sacerdotes e de sua teologia divina que ‘atava fardos pesados’ sobre as costas do povo e os mantinha afastado de Deus; e nesse caso, o templo era mais uma ‘matriz’ de corrupção, peleguismo romano e fortalecedor de uma ideologia nefasta do que propriamente um lugar de oração e encontro celebrativo do povo com Deus. E um ato profético, tremendamente profético porque liberta Deus de uma prisão embutida nas consciências dos transeuntes, devotos, tementes e pessoas do povo. Assim, Jesus resgata a verdadeira fé israelita, devolver ao povo o verdadeiro sentido da oração, da religião e da solidariedade. Abre sem precedentes novos paradigmas de relacionamento com o sagrado.

Evidentemente, que o ato de expulsar os vendedores do templo, enfrentar a policia do templo e os sacerdotes não foi uma ação ingênua, como se não houvesse consequências e que eles se convenceriam de que ele estava certo e todos se converteriam e o acolheriam com sua mensagem. Foi um ato pensado, calculado, “armado” como se diz na gíria popular brasileira; foi um ato corajoso e que Jesus sabia que ia ter revanche. Por causa desse ato, muitos bons judeus acreditaram em sua proposta revolucionária, porem não a compreenderam corretamente, por isso mesmo estavam eles no meio do povo a gritar dias mais tarde: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

Para nós, esse texto nos traz alguns questionamentos: Qual a imagem de Deus e da religião que cultivamos? Ela realmente condiz com a fé cristã? Que imagem fazemos de Jesus?

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