Este Sacramento é para os que estão com doenças graves e algum risco de morte. É para dar ao cristão a força de amar a Deus e ao próximo mesmo na hora da dor e diante da morte. É também para confortar e aliviar os sofrimentos. Também perdoar os pecados e ajudar a recuperar a saúde.
Hoje podemos constatar que é um Sacramento pouco conhecido e pouco valorizado. Infelizmente, para muitos cristãos, este Sacramento lembra morte próxima, e o padre é visto como socorro de última hora e não como o mensageiro de saúde e de conforto. Graças ao Concilio Vaticano II, hoje podemos compreender melhor a eficácia e os efeitos benéficos deste Sacramento.
Dificuldade e Compreensão:
A humanidade já passou por muitos estágios. A própria doença entra neste contexto. Ela sempre foi uma preocupação e levou a humanidade a uma série de descobertas. Ainda hoje, apesar de tantos avanços, há doenças sem cura, como é o caso de Câncer e da Aids. Muitos, por falta de recursos, morrem por doenças simples e curáveis.
Atender os enfermos, humana e espiritualidade, foi uma prática desde o Antigo Testamento. Jesus foi o grande exemplo de amor aos doentes. Quando a gente lê o Evangelho chama-nos a atenção quantas vezes Jesus está cercado de doentes. Quando sabem que Ele chegou a uma cidade ou aldeia, logo levam até Ele os doentes. E Jesus cura a todos. É vitória da vida sobre a morte e a doença. É um sinal do Reino de Deus. Os Cristãos sempre souberam olhar o exemplo de Jesus e recordaram que visitar e cuidar dos doentes é acolher o próprio Jesus. ( Mt 25,36-40).
As Comunidades cristãs, mesmo seguindo o seu Mestre, têm ainda muito a fazer pelos seus doentes. Apresentemos algumas das dificuldades encontradas para uma prática cristã com os enfermos:
- Crescente secularização, que faz com que a enfermidade seja vista apenas nos aspectos sanitário e técnico.
- Os meios de comunicação endeusam corpos esculturais, saudáveis, sem se preocupar com a saúde.
- Atenção precária no atendimento religioso-espiritual, devido às instalações sanitárias de enormes proporções.
- Escassez de pessoas, sobretudo de sacerdotes, diáconos e leigos para atender aos doentes.
- Pessoas não preparadas para exercer este ministério.
Caminhada histórico-eclesial.
Desde as primeiras Comunidades e, ao longo dos séculos, vão surgindo testemunhos da celebração deste Sacramento, bem como a existência de textos e ritos simbólicos para expressar a graça curativa de Cristo, como: a presença da Unção, da Benção dos Óleos pelo bispo até de estrutura e de textos para celebração sacramental de Unção. Nos primeiros séculos, até mais ou menos o século VIII, a ideia central dos textos do Sacramento era a cura, a saúde integral, também corporal, inspirando-se no texto de Tiago (Tg 5,13-15). Os textos aos poucos, acentuam o perdão dos pecados e relacionam a Unção com o Sacramento da Penitência e com a morte.
Com o Concílio de Trento, percebeu-se a importância desta evolução e diz que a Unção dos Enfermos é “Graça do Espírito Santo, com a qual o enfermo se purifica de seus pecados, aumentando a confiança na misericórdia divina, podendo obter a saúde corporal se lhe convém à salvação, e forças para levar o peso de sua enfermidade e resistir ás tentações”.
O Concílio Vaticano II, muda o nome de “Extrema Unção” para “Unção dos Enfermos” (SC 73), porque não é só para moribundos, mas também para os enfermos graves. Este Concílio revalorizou o efeito sanativo-corporal de Unção. E diz: “Cristo se preocupou não só da saúde espiritual, mas também da corporal dos enfermos e a Igreja continua esta missão em sua vida e de forma especial no Sacramento em que pede pela saúde espiritual e pela saúde corporal”. A Igreja hoje reconhece que pode haver em efeito corporal unido ao aspecto espiritual, pois a intenção dela é pedir a cura plena, total e integral da pessoa humana. Os próprios Leigos, até o séc. VIII, levavam para casa o Óleo bento e ungiam os doentes. Porém, a partir deste tempo, determinou-se que só os sacerdotes deveriam fazer uso dos Santos óleos para ungir os enfermos e assim administrar o Sacramento. Tradição que até hoje continua.
Seus Fundamentos na Economia da Salvação – A Enfermidade da Vida Humana.
A enfermidade e o sofrimento sempre estiveram entre os problemas mais graves da vida humana. Na doença, o homem experimenta sua impotência, seus limites e sua finitude. Toda doença pode fazer-nos entrever a morte. (CIC 1500). A enfermidade pode levar às pessoas a angústia, a fechar-se sobre si mesma, e ás vezes mesmo até ao desespero e á revolta contra Deus. Mas também pode tornar a pessoa mais madura, ajudá-la discernir em vida o que não é essencial, para voltar-se e aquilo que não é essencial. Não raro, doença provoca uma busca de Deus, um retorno a Ele. (CIC 1501).
Os efeitos da celebração deste Sacramento – um dom particular do Espírito Santo.
A principal graça desse Sacramento é a Graça do conforto, de paz e de coragem para vencer as dificuldades próprias ao estado de enfermidade grave ou a fragilidade da velhice. Esta Graça é um Dom do Espírito Santo que renova a confiança e a Fé em Deus e fortalece contra as tentações do maligno, tentações de desânimo e medo da morte. (Hb 2,16). Esta assistência do Senhor pela força de seu Espírito quer levar o enfermo a cura da alma, mas também á do corpo, se for esta a vontade de Deus. Além disso “se ele cometeu pecados, lhes serão perdoados” (Tg 5,15) (CIC 1520)
A união com a Paixão de Cristo – Pela Graça deste Sacramento, o enfermo recebe a força e o dom de unir-se mais intimamente a Paixão de Cristo: de certa forma ele é consagrado para produzir fruto pela configuração á Paixão Redentora do Salvador. O sofrimento, sequela do pecado original, recebe um sentido novo: torna-se participação na obra salvifica de Jesus. (CIC 1521).
Uma Graça Eclesial – Os enfermos que recebem esse Sacramento, “associando-se livremente a Paixão e a Morte de Cristo”, contribuem para o bem do povo de Deus. Ao celebrar esse Sacramento, a Igreja, na Comunhão dos Santos, intercedendo pelo bem do enfermo. E o enfermo, por sua vez, pela Graça deste Sacramento, contribui para a santificação da Igreja e para o bem de todos os homens pelos quais a Igreja sofre e se oferece, por Cristo, a Deus Pai. ( CIC 1522).
Uma Preparação para a última passagem – Se o Sacramento dos enfermos é cedido a todos que sofrem de doenças e enfermidades graves, com mais razão ainda cabem aos que estão as portas da morte (“In Exituvital Constituti”)(Concílio de Trento: DS1698). Por isso, também foi chamado (“Sacramento Exeuntium”). Unção dos Enfermos completa a nossa conformação com a Morte e Ressurreição de Cristo, como o Batismo começou a fazê-lo. É o termo, das Sagradas Unções que acompanham toda a vida cristã: a do Batismo, que selou a nós a nova vida; a da Confirmação, que nos fortificou para o combate desta vida. Essa derradeira Unção fortalece o fim de nossas vidas terrestre como de um sólido baluarte para enfrentar as últimas lutas antes da entrada na casa do Pai ( CIC 1523).
Sentido do Óleo – Na antiguidade o óleo era uado para curar os doentes. Jesus fala que o bom Samaritano usou o óleo nas feridas do homem que fora assaltado. O óleo estava associado á força de Deus. A Unção dos Enfermos utiliza o Óleo Sagrado. Na nossa cultura hoje o óleo perdeu um pouco esse valor terapêutico que tinha no passado. Aos poucos está se recuperando como símbolo da cura..
Aspectos Práticos – Quem recebe a Unção dos Enfermos? Os doentes de certa gravidade e os idosos. Também alguém que vai ser submetido a uma Cirurgia de alto risco.
O que se requer para a Celebração? O Óleo da Oliveira abençoado pelo bispo na quinta-feira Santa. O sinal desse Sacramento é a imposição das mãos e a Unção com o Óleo. A Graça é a Força, Perdão e Ajuda para recomeçar a saúde e enfrentar a morte. É também alívio e conforto na dor.
Como nasceu esse Sacramento? Jesus nos dá muitos exemplos de compaixão e cura dos doentes. Tocando-os com a mão ( Mc1,41;1,29-34;Jo 9,1-17). E o Apóstolo Tiago nos lembra a antiga prática de chamar os presbíteros da Igreja para rezar pelos doentes e fazer a Unção com Óleo(Tg 5,13-15).
Quantas vezes pode receber este Sacramento? Pode receber mais de uma vez se houver necessidade que justifique.
Parte central da Unção dos Enfermos – O Sacerdote reza impondo as mãos sobre o doente. Depois unge o doente com o Óleo dos Enfermos dizendo: Por esta Santa Unção e por sua Misericórdia. O Senhor venha em seu auxilio com a Graça do Espírito Santo para que liberto de seus pecados. Ele salve e na sua bondade alivie os seus sofrimentos.
Vamos conversar:
- Diante do que vimos neste texto sob o Sacramento da Unção dos Enfermos, como vemos esta prática em nossas Comunidades?
- Como a Catequese deve fazer, para tornar este Sacramento mais conhecido e mais valorizado?
- É um Sacramento tão importante quanto! Por que morre tanta gente sem o receber?
Conclusão:
O Sacramento da Unção dos Enfermos deve ser um compromisso com a vida e a saúde. Vivemos em um mundo doente. Nosso País sofre de deficiências enormes com relação ao atendimento da população, pois a corrupção tira esse direito que é do cidadão “Quem devia socorrer, enriqueceu, quem devia ajudar o explorou”.
Além do sofrimento físico, próprio da enfermidade, nossos doentes padecem da angústia de se sentirem inúteis, abandonados. Além disso, tem o alto custo do tratamento e dos remédios. E com isso morrem mais depressa. A Unção passa a ser uma denúncia profética da situação de morte e de pecado. É também um compromisso com a saúde, a vida dos pobres e a superação de tantas enfermidades biológicas e sociais que atingem os mais pequenos.
A Unção dos Enfermos é o Sacramento da esperança e não do desespero. Mas é preciso que em nossas comunidades haja mais empenho com a Pastoral dos doentes, uma presença maior da Igreja junto a essas pessoas que estão sofrendo, e como também aos seus familiares. Reconhecemos que Deus sempre acompanhou a vida dos seres humanos, desde seu nascimento, e que não o abandona nos momentos difíceis, como é o caso de uma doença grave, velhice, ou perigo de morte. A Catequese deve tornar este Sacramento conhecido não como o sacramento da morte mais o Sacramento da vida plena, para que a comunidade se sinta acolhida e amada por Deus.
Fonte de pesquisa:
Catecismo da Igreja Católica,
Bíblia Sagrada,
Jornal Missão Jovem , ano 2005.
Gostei demais dos textos sobre os sacramentos. Uma linguagem fácil, em consonância com a IVC, especialmente a IVCA. Parabéns!
muito rico esse texto,estou ultilizando esse texto na minha catequese
otimo texto ,estou ultilizando ele hoje na minha catequese
Olá!
Ultilizamos esse texto para a catequese de hoje e foi enrriquecedor para os nossos conhecimentos.
Obrigada por compartilhar estes ensinamentos.
Morgana – catequista
Kellen – catequizanda