Sacramento da Eucaristia

eucaristiaIntrodução

Junto com o Batismo e a Crisma, a Eucaristia faz parte dos Sacramentos da iniciação  Cristã: O Batismo é o Sacramento da Filiação Divina e do ingresso no povo de Deus. A  Crisma é o Sacramento do Espirito  Santo. A Eucaristia é o alimento do povo que caminha sob as luzes do Espírito.

Ao falarmos desse Sacramento, queremos olhá-lo sempre dentro da celebração  eucarística (Missa). E pretendemos apresentá-lo sempre como memoria (anamnese) da Paixão, Morte, Ressurreição e Glorificação de Jesus até que ele venha.

             A Eucaristia é, pois, Deus alimentando seu Povo que caminha para a ressurreição final. Este Sacramento é para alimentar a vida de Amor ao Pai e aos irmãos que recebemos no Batismo.

             Eucaristia é a celebração fraterna da libertação. Nela se renova e se atualiza o sacrifício libertador de Cristo. A participação deve renovar o compromisso com o serviço na Comunidade, pois é memória do compromisso de Cristo que o levou á Cruz. Memória do sofrimento acumulado no decorrer da história, relembra, pois aos homens, os caminhos da verdadeira libertação: assumir a dor de Cristo no dor do outro.

             A Eucaristia proclama a Boa Nova da liberdade cristã, por isso mesmo é o Sacramento da Vida. A Eucaristia faz a Igreja, pois leva os seus membros a comunhão e participação.

A Igreja: Assembleia da Eucaristia!

             A palavra Igreja significa Assembleia. O que é uma assembleia? É uma reunião de pessoas convocadas por uma autoridade, animador ou líder.

            A Igreja é uma Assembleia de Batizados. Quem convoca a reunião é sempre Deus, através de sua Palavra. A finalidade da Assembleia é:  – Ouvir o que  Deus  quer; – Celebrar o que Ele  É; – E viver Sua vontade na vida.

            Na Bíblia vamos encontrar muitas passagens onde Deus reúne seu Povo para ouvir sua Palavra e fazer Aliança com Ele. ( Js 24,1-24; Ne 8,1-3.9-12; At 2,42-47; 1Cor 11,17-19). Deus reúne seu Povo em Assembleia (Comunidade), a fim de comunicar algo importante (1Cor 11,20-29).

             O Espírito, que recebemos na Crisma, nos une. Ele nos reúne e une na Palavra de Deus. Só assim: Batizados, reunidos e unidos é que formamos a Igreja. Só assim podemos celebrar a Eucaristia, a Nova Aliança, selada no Corpo e Sangue de Cristo. A Assembleia cristã é uma família onde Deus é o Pai e nós somos irmãos.

Como nasceu a Eucaristia?

             Durante um jantar, todos reunidos, comendo juntos; Celebrando a grande libertação do Povo. Jesus explicou o significado daquele jantar, deixa a ordem: “Façam isto para celebrar a minha memoria”. Era a véspera da morte de Jesus. Na Eucaristia comemos no mesmo prato: Comer junto, é  sinal de amizade, de união e festa; Quem come do mesmo prato é da família, é amigo mesmo, companheiro de verdade.  O Pão e o Vinho são Jesus, e esta comida se chama comunhão: União com Deus Pai – união com os Irmãos – sinal de Igualdade. Só pode comer deste Pão e beber deste Vinho aquele que é companheiro mesmo. Que sabe repartir com os outros o que tem; que se compromete com os pobres  e os fracos, como Jesus; que luta para que não falte o pão na mesa de ninguém; para que todos tenha justiça e liberdade.

A Eucaristia – Fonte e ápice da vida eclesial!

A Eucaristia é “Fonte e Ápice de toda Vida Cristã” os demais Sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam, pois a Santíssima Eucaristia  contém todo bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa. (CIC 1324). Finalmente, pela Celebração Eucarística já nos unimos á Liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos (CIC 1326).

Como se chama este Sacramento?

             A riqueza inesgotável desse Sacramento exprimi-se nos diversos nomes que lhe são dados. Cada uma dessas designações evoca alguns de seus aspectos. Ele é chamado:

             Eucaristia, por que é ação de graça de Deus. As palavras “eucharistein” (Lc 22,19; 1Cor11,24) denota “ação de graças” enquanto “eulogein” ( Mt 26,26; Mc 14,22) é “dizer o louvor”, “bendizer, louvar”, de modo que a assembleia judaico-cristã recorda as bênçãos, eleva o louvor de ação de graças a Deus sobretudo durante as refeições pelas suas obras: a criação, a redenção, a santificação e presença do Reino escatológico a ser definitivo entre nós.

            Ceia Do Senhor, pois se trata da Ceia que o Senhor fez com seus discípulos na véspera de sua paixão, e da antecipação da Ceia das bodas do Cordeiro na Jerusalém Celeste ( CIC 1329).

             Fração Do Pão, por que este rito, próprio de refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa, sobre tudo por ocasião da Ultima Ceia. É por este gesto que os discípulos o reconheceram após a ressurreição, e é com esta expressão que, os primeiros cristãos designaram a celebração eucarística.

             Assembleia Eucarística, (Synaxis – congregação, assembleia), por que a Eucaristia é celebrada na assembleia dos fiéis, expressão visível da Igreja. Memorial da Paixão e Ressurreição do Senhor (CIC 1330).

            Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também Santo Sacrifício Da Missa, “Sacrifício De Louvor” (Hb 13,15).

             Sacrifício Espiritual , Sacrifício Puro e Santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança.

            Santa e Divina Liturgia, porque toda a liturgia da Igreja encontra o seu centro e a sua expressão mais densa na celebração deste Sacramento; é no mesmo sentido que se chama também celebração dos Santos Mistérios. Fala-se também do Santíssimo Sacramento, porque é o Sacramento dos Sacramentos. Com esta denominação designam-se as espécies  eucarísticas guardadas no Tabernáculo.

            Comunhão, porque é por este Sacramento que nos unimos a Cristo, que nos torna participantes do seu Corpo e do seu Sangue para formarmos um só corpo (1Cor 10,16-17); denomina-se ainda as coisas Santas: Ta hagia; Sancta; este é o sentido primeiro da “Comunhão  dos Santos” de que fala o símbolo dos Apóstolos.

             Pão dos Anjos, Pão do Céu, Remédio de Imortalidade ( Santo Inácio de Antioquia) Viatico, etc…

            Santa Missa, porque a Liturgia na qual se realizou o mistério da Salvação termina com o envio dos fiéis (“Missio”) para que se cumpram a vontade de Deus na sua vida cotidiana.

A Eucaristia na Economia da Salvação – Os Sinais do Pão e do Vinho.

            Encontram-se no cerne da celebração da Eucaristia o Pão e Vinho os quais pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor a Igreja continua fazendo, em sua memória até a sua volta gloriosa, o que ele fez na véspera de sua paixão: “Tomou o Pão”… “Tomou o cálice cheio de Vinho…” ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do Pão e do Vinho continuam a significar também a bondade da Criação. Assim, no ofertório, damos graças ao Criador pelo pão e pelo vinho (Sl 104,13-15), fruto “do trabalho do homem e da mulher”, mas antes “fruto da terra” “e da Videira”, dons do Criador.

Na antiga Aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas eles recebem também um novo significado no contexto do Êxodo: Os Pães Ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egito; a recordação do Maná no deserto há de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus (Dt 8,3). Finalmente, o pão de todos os dias é o fruto da terra Prometida, penhor da fidelidade de Deus as suas promessas. O “Cálice da Benção”(1Cor10,16), no fim da refeição pascal dos judeus, acrescenta á alegria festiva do vinho uma dimensão Escatológica, e da espera Messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus institui a sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo á Benção do Pão e do Cálice.

            O milagre da multiplicação dos pães, quando se proferiu a benção, partiu e distribuiu os pães através de seus discípulos para alimentar a multidão prefigura a superabundância deste pão de sua Eucaristia (Mt 14,13-21;). O sinal da água transformada em vinho em Caná da Galileia (Jo 2,11) já anuncia a hora da glorificação de Jesus. Manifesta a realização da Ceia das Bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberam o vinho Novo, (Mc 14,45) transformado no sangue de Cristo (CIC 1335).

            O primeiro anuncio da Eucaristia dividiu os discípulos, assim como o anuncio da Paixão os  escandalizou: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6,60). A Eucaristia e a Cruz são pedras de tropeço. É o mesmo Mistério, e ele não cessa de ser ocasião de divisão. “Vós também quereis ir embora?” (Jo 6,67). Essa pergunta do Senhor ressoa através dos séculos, convite do seu Amor a descobrir que só ele tem “as Palavras de Vida Eterna” (Jo 6,68) e que acolhe na Fé o Dom da sua Eucaristia é acolher a Ele mesmo.

Conclusão

O Sacramento da Eucaristia é iminentemente Católico, próprio da Tradição cristã presente nas igrejas históricas (católica, ortodoxa, protestante). Em nossa igreja o fiel é incentivado a comungar todos os dias. De modo especial, pode se comungar até duas vezes dependendo das motivações e situações concretas em que o participante se encontra na comunidade.

No geral, é comum nas igrejas, às pessoas fazerem visitas ao Santíssimo (partículas consagradas e guardadas) para adorarem a Deus, meditar sua obra, pedir graças, assimilar melhor o “mistério eucarístico” enquanto ato supremo de amor de Deus e sua presença entre nós, por meio das espécies consagradas. É um salutar ato de fé e amor, cujo efeito é bem proveitoso às pessoas.

Vale apena, acredite-me, contemplar e passar uns instantes, por menor que seja, diante do Santíssimo Sacramento, e vê o quanto amor de Deus há por nós ali, em algo tão simples, despossuído de poder, de pretensões, material, sem expressividade “jornalística, midiática, novelesca”, mas de um poder cuja atitude pede-se somente a fé.

Para refletir que tal?

  • Diante do que estudamos sob a Eucaristia, qual a visão que vamos ter de agora em diante?
  • Como estamos preparando nossos Catequizando para receber este Sacramento tão importante?
  • O que você destaca neste estudo?

Fonte de Pesquisa:

Bíblia Sagrada, edição Pastoral. Editora Paulus

CIC, Catecismo da Igreja Católica. Edições Loyola

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