Conselho Pastoral Paroquial

Liderança2O texto a seguir quer ser uma reflexão para ajudar o Conselho (CPP) e os conselheiros de nossas comunidades sobre sua importância e função.

O papel do Conselho Paroquial

O Conselho Pastoral Paroquial tem uma importância muito grande pelo fato de ser a representatividade de todo o corpo da Igreja. Através do Conselho se concretiza a participação e a comunhão dos grupos, movimentos e pastorais. Entretanto, o CPP não é uma democracia e sim um grupo que por sua natureza obedece regras hierárquicas da Igreja. O CPP existe para fazer essas regras funcionarem e para harmonizar a vida da Comunidade. Em termos práticos podemos compreender a função do CPP da seguinte maneira: ele é órgão consultivo, pastoral e zelador da boa convivência e do cuidado com o patrimônio público da Igreja-Comunidade.

Enquanto consultivo o CPP serve para aconselhar, opinar sob temas que lhe são apresentado pelo vigário em vista do bem da comunidade. Uma vez escutado fica a critério do vigário tomar a melhor decisão que achar conveniente;

Enquanto pastoral o CPP serve para planejar junto com o vigário as ações que nortearão a vida comunitária da comunidade paroquial enquanto um corpo unido persistindo no mesmo objetivo, para alcançar a mesma meta, obtendo assim os resultados esperados. Nesse sentido, o CPP é um “braço direito” do padre no governo da Comunidade paroquial. Ele, o CPP, executa e faz executar as tarefas que de comum acordo (padre e CPP) planejaram.

Enquanto zelador tem a função de ajudar na boa convivência dos grupos internamente; de incentivar e acompanhar os trabalhos sendo uma mão amiga nas horas de precisão e crítica. Também tem o dever de zelar, fiscalizar, cuidar dos bens móveis da comunidade, orientando, educando os membros da comunidade sobre o cuidado com as coisas uma vez que se trata de um bem comum a todos. Aliás, essa tarefa é uma tarefa extremamente delicada porque envolve muitas questões entre elas, a relação de poder e de status. É preciso que o conselheiro entenda que, na realização de todas as tarefas é preciso ter diante de si duas palavras que ajudam muito no equilíbrio e no bem estar da convivência e do zelo apostólico. São elas: a humildade e o serviço.

A humildade nos ensina que, devemos ser e ter diante de nós mesmos que não somos mais do que o outro, apenas temos responsabilidades a mais. Somos todos iguais. E que essa responsabilidade nos obriga pelo dever, cuidar das coisas e “chamar atenção” na caridade se preciso for. Respeitando inclusive a autonomia da pessoa e do grupo, de modo que, não impomos nossas vontades e nem devemos dar ordens, mas mostrar o “errado” ensinando o “certo” com zelo e amor. Consciencizar que somos todos responsáveis uns pelos outros e pelos bens da Igreja-Comunidade.

O serviço se caracteriza pelo ser servo de todos. Ser servo não é ser “mandão” e nem “dar ordens” mas, sim, se colocar na posição de “fazedor” de alguma coisa; ou “ajudador” de alguém. Até porque, fazendo juntos é melhor do que “explicações” dadas em forma de “carão”. Exemplos arrastam mais que palavras, todos sabemos disso. Um conselheiro precisa ser servo, fazer e ajudar a fazer do jeito “certo”.

O CPP tem, pois, a nobre função de fazer a comunidade funcionar conforme o planejado. E tem a função de ser aquela “mão amiga” do padre e da comunidade para que a vida comunitária seja uma expressão viva do testemunho do Evangelho. Pois, em última análise se trata disso, do Evangelho. E o Evangelho vivido em comunidade como nos mostra o livro dos Atos dos Apóstolos.

Diante dessa consciência, como entender a pessoa do conselheiro? E que ideia os movimentos, pastorais, grupos, associações e comunidades fazem do conselho? Será que eles sabem da existência e função do CPP? Alguma vez o CPP visitou ou mesmo teve alguma reunião com cada grupo específico ou com todos no geral para falar de sua existência e função, conscientizando a todos sobre a vida comunitária e a importância do Conselho?

Todas essas perguntas nos remete a uma outra realidade bem mais profunda: Será que todos os grupos, movimentos, pastorais, novas comunidades sabem e entendem que a Paróquia é uma associação de todos esses grupos onde cada um do seu jeito, com sua espiritualidade, seu estilo de vida, suas atividades cotidiana contribui para fazer a paróquia existir e acontecer de modo que um espirito os une a todos sob uma mesma bandeira que é a vida em comunidade onde se vive a Palavra, onde se Celebra a vida dando testemunho da fé, e onde se pratica a Caridade como fermento cristão de transformação do mundo? Será que todos tem essa consciência? Como o CPP pode melhor trabalhar essa questão?

Ou será que o CPP se define como um grupo de pessoas cujo nome é conselho pastoral e só serve para se reunir uma vez por mês para discutir as ações que o padre propôs se contentando “com pouco” e disso não passa, esperando “milagres” acontecer e que o padre tome todas as decisões e delegue serviços?

Essas questões são importante refletir até mesmo porque a função do CPP é cuidar, zelar, aconselhar, planejar, fazer funcionar “a engrenagem” da vida comunitária, pois caso em contrário, cada grupo, cada movimento, cada pastoral, vai ficar no seu cantinho, fazendo o seu trabalhinho, louvando o Senhor, recrutando quem “passa na rua” para seu grupinho, e vivendo isoladamente como “religião” que presta culto a Deus dissociada da vida como se só ela fosse importante e as demais realidades, coisas e grupos, não. Cada um tem que ter consciência de que no seu canto e do seu jeito contribui para a vida comunitária paroquial. Todos os grupos, movimentos, pastorais estão em função disso: da vida comunitária. Da fé vivida, celebrada, testemunhada, pregada, ensinada a partir da comunidade. Seus membros estão no grupo, mas são Igreja e da Igreja-Comunidade. Se entendem isso, se tem essa consciência e o CPP tem essa consciência então temos Comunhão e Participação como nos diz os documentos da Igreja, sobretudo o documento de Puebla e do Magistério de são João Paulo II.

A Paróquia tem uma diversidade que vive ou procura viver na unidade, e unidade não é uniformidade, mas liberdade, criatividade, diversidade conforme o carisma sob a presidência do ministério “petrino” paroquial, diocesano, universal. E aí está o conselho vivenciado essa rica realidade do ministério petrino.

Para aprofundar:

1. Como cada um se coloca diante desse texto? Tem consciência do que é, para que serve e qual a responsabilidade do CPP? Qual o seu papel como conselheiro?

2. De um a dois anos para cá, quais as atividades realizadas pelo CPP ou que nela esteve como conselho envolvida diretamente? Como se avaliaram nessa questão?

3. Qual a relação do conselho e a autonomia? O CPP é autônomo para realizar sua missão? Em que consiste essa autonomia? Porque?

4. O CPP tem alguma “orientação/cartilha” da diocese sobre o CPP? Se sim, ela tem tem sido divulgada, debatida, estudada nos grupos, movimentos, pastorais, comunidade?

5. Em sua “constituição” por quanto tempo o Conselho durará? E por quanto tempo uma pessoa pode ser conselheira? E quem pode ou quais os critérios para ser do Conselho?

6. Os conselheiros tem consciência dos bens moveis e quais são os bens moveis da Igreja nos sítios e na cidade pelos quais deve com o padre e o povo zelar?

7. Como organizar e melhor ajudar o conselho a exercer sua função diante dos desafios que se apresentam na Igreja hoje?

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