Por: Sebastião Catequista.
Milagre é algo que supõe fé. Porém, falando de um ponto de vista das leis da física, milagre é reverter uma situação cujas leis universal seria impossível e verossímil. Entretanto é algo intrigante, constatado pela ciência moderna, porém, sem nenhuma explicação.
No caso da fé, do campo do sagrado, o milagre é possível e tem sua origem na Origem das origens: Deus. Deus mesmo é que de algum modo interfere nas leis universal e reverte uma situação de morte para uma situação de vida. Nada se sabe do porque e como isso acontece, daí ser um ato de fé dos crentes.
Para o homem moderno, o milagre é algo muito metafísico, concreto, palpável, muito cabeça. Mas, para o homem bíblico, que não pensar e nem age assim, o milagre é visto como puro ato de amor e misericórdia de Deus derramado sobre a pessoa que o recebe. Mais que pensar nas leis físicas, universal, e o ato em sí, o homem bíblico enxergar não a forma, mas o que está além dela, o quanto de amor Deus cumulou o necessitado. Dizer, pois, que Deus curou alguém é dizer, então, que Deus muito amou de modo particular, íntimo, muito pessoal a pessoa curada.
As razões pelas quais Deus age assim, podem ser pensadas, pesadas, avaliadas, refletidas, porém, essas ações ficarão sempre no plausível, haja vista que, essa atitude é mais de razão, do que da fé. Quem ama apenas ama. Deus é assim.
Mais aí criamos um problema: Se Deus ama, e ama a todos por igual, como explicar que a uns cure e a outros não, tendo todos eles o mesmo mal?
Bem, há muitas reflexões por ai. Ouso arriscar uma, que me parece, contundente.
Deus quando cura alguém o faz não só em benefício próprio daquela pessoa, mas também em beneficio de muitas outras mais, que de algum modo precisa desse ato para poder crer, encontrar sentido de vida, mudar de vida radicalmente quanto à sua relação com o sagrado e consigo mesma, com sua história de vida. E por essa pessoa não conseguir entra nesse processo; ou ninguém conseguir ajuda-la nesse sentido ou ela mesma se ajudar; o milagre de alguém próximo pode ser o principio desse processo. Daí entender que, o principio da cura-milagre de alguém pode desencadeia um milagre muito maior e escondido aos nossos olhos: a salvação de outros.
Nesse sentido, pois, entender porque uns são curados e outros não.
Mas, se Deus ama do mesmo jeito, porque então não usa de misericórdia para com o não curado e o cura de vez, já que é Deus e nos conhece e sabe de nós e do nosso destino por inteiro?
Muito bem, podemos dizer o seguinte: a pessoa que sofre do mesmo mal e pede a cura e não é curada, não é por que Deus não a ame, não se trata disso, muito pelo contrário, porque a ama é que a deixa passar por esse processo de sofrimento, e não é porque o queira, mas por entender que desse modo diferentemente da outra pessoa curada, essa sofredora encontra um certo “sentido” nesse episódio de sua vida. Mesmo que não entenda desse jeito ou não compreenda o seu significado mais profundo por causa do sofrimento e da dor. Mesmo que sua vida seja curta e leve-a a óbito. Isso não lhe tira de certo modo a felicidade, a vida, e o amor de Deus. Pelo contrário, em meio a dor e sofrimento encontra e sente mais vivamente o amor de Deus de modo que pode dizer como o salmista: “teu amor vale mais que a vida, ainda meus lábios te louvarão…Sl 63,4.
Não conhecemos de Deus os seus pensamentos e nem temos como compreender as suas atitudes ou a falta delas, mas, certamente, Ele nos pede de nossa parte um pouco mais de confiança e fé.
Penso que, essa reflexão por si abre um leque para nós… e humaniza mais a Deus e, diviniza mais o homem. Não é uma resposta a razão, mas certamente é uma contemplação de fé, da fé. E fé não se explica, se crer.
Daí porque muitos na época de Jesus e mesmo ainda hoje, mesmo tendo fé, não são curados.
O que diz, você?
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