Lectio Divina – I: História.

       lectio1     A “Lectio Divina” é uma expressão usada para designar uma prática antiga da Igreja: a Leitura Orante da Bíblia. Essa prática consiste, sobretudo, em quatro elementos, a saber: a leitura, a meditação, a oração e a contemplação. Por esse caminho experienciamos a partir da leitura e do seu confronto com a vida, a presença e a ação de Deus. Não é algo mágico, muito menos intelectivo ou uma ideia, ou mesmo até algo de extraordinário e sobrenatural, não, não, não. Mas, é algo muito simples, singelo, profundo e mistagógico. Ou seja, aprendemos a “ler” Deus na vida.

            A Lectio Divina ou a Leitura Orante é um instrumento, uma ferramenta pedagógica cujo objetivo é ajudar o seu leitor-praticante a mergulhar e a experimentar o sagrado na vida a partir do testemunho e da história do povo da Bíblia do Primeiro e do Segundo Testamento.

            Com a Lectio Divina ou Leitura Orante escutamos a Deus e falamos com Ele e Ele fala conosco.

Como nasceu a Lectio Divina ou Leitura Orante da Bíblia? Em poucas palavras podemos dizer o seguinte.

            A Lectio Divina tem sua origem e raízes na religião e tradição judaica, quando do uso da Torah, dos Escritos e Profetas lidos e meditados nas sinagogas. Mas, foi com Orígenes, famoso mestre cristão de Alexandria que ela apareceu com mais clareza e definida. Entretanto, sua sistematização com os quatro elementos como temos hoje nos veio do século XII, quando um monge de nome Guigo, por volta de 1.150, d.C, escreveu um livrinho chamado: “A escada dos monges” cujo conteúdo explica em que consiste a Leitura Orante: ler, meditar, orar, contemplar.

            No século XX, o Concílio Vaticano II recuperou essa prática que havia sumida da vida do povo, mas que era praticada nos mosteiros, sobretudo beneditinos.  Graças a essa iniciativa do Concílio, sobretudo na América Latina, a Lectio Divina ganhou vida nas Comunidades Cristãs, de modo particular nas Cebs (Comunidades Eclesiais de Base) que a divulgou e praticou com outro nome, Círculos Bíblicos.

            Hoje, ela está enraizada na Igreja de maneira tal que é como sempre foi, seu patrimônio primordial. Atualmente, mesmo incentivando uma prática individual, a Igreja anima seus fieis, sobretudo, numa prática comunitária da mesma.

            E como fazemos para praticá-la? O que é necessário? Voltaremos ao assunto.

Bibliografia consultada:

  1. Colombas, Garcia M. Diálogo com Deus: uma introdução à Lectio divina. São Paulo: Paullus, 1996.
  1. Lectio Divina. Escola de Formação Paulo Apostolo. Aparecida-SP. Editora Santuário, 1997.

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